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sábado, 29 de janeiro de 2011

Nostálgico

Dentro de minha pupila está brotando um fio de lágrima.
Não é de tristeza, tampouco de alegria.
É a nostalgia fazendo seus pequenos estragos, rompendo a perfeição simétrica da quina da minha vida.
E as casquinhas fazem aquele barulhinho tímido, de que nada mais importa.
Eu não sei a razão, mas a solidão - de tão boa - preencheu todos os vazios do meu dia.
Não posso mais escutar o nada, agora já percebo que há muito além desta barreira.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Descarrilho

Muitas vezes sinto vontade de fazer um parto dos meus sentimentos:
as contrações são extremamente doloridas.
Nem sempre é possível apelar para a normalidade, leitor.
A verdade é que tem horas que o trilho da vida tem lá seus solavancos e, se não tomar cuidado, tombamos todos os vagões.
Mas isso tudo, sempre passa!
E a única esperança, não apenas deste poeta, é que o sol nasce em poucos minutos!

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Dores

Em minha testa, neste momento, pesam a agonia de tantos.
As dores que sinto são preenchidas de exaustão.
Recheadas de imprevisibilidade e garantia certa de tristeza.
Mas ainda existe o vento, soprando um novo momento.
Talvez assim seja toda a existência: por mais que esteja contra, sempre haverá os prós...

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Autenticado

Não será pelo vosso grito que desistirei da minha idéia.
Apenas deixarei de desejar vê-la em prática no momento em que eu perceber que já não mais tem fundamento.
O maior desejo de todos é provar sua certeza.
O meu não poderia ser diverso ao teorema.

Manifesto de meu sentir

Cansei das meias verdades que ostentam os benéficos maldosos!
E de suas investidas contra meus sonhos... jamais serei aquilo que me esperas, quando na verdade sou tudo o que existe em mim.
Tenho o perfume da vida a pulsar em minhas têmporas.
A candura da existência em meu leve toque.
Sou apenas mais um, dentre tantos, mas sou o que conta os sentimentos! 

Zíper

Eu poderia ter permitido que as lágrimas de sangue manchassem minha face, mas não o fiz.
Não em razão de sua vermelha cor, cujo rastro deixaria a convicta impressão de um suicídio.
Foi por conta do orgulho, que está costurado em minhas entranhas.

Desabafo Insensato

O que me arranha o verbo não são as palavras, mas os suprimidos espantos!
Não é o sentir-me inútil, mas o sentir-me insosso que me sufoca.
São as presenças intermitentes, onipresentes e insensatas.
Não é o percurso que cansa meu pensamento, mas os obstáculos em seu caminho.
Sei que tudo tem uma razão e que leis regem tais perspectivas, contudo é bem mais fácil cair em reticências do que aceitar uma exclamação!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Dimensões

Eu poderia ser do tamanho de nada, mas tenho o tamanho de tudo.
Tudo aquilo que penso, respiro, percebo.
Mas algumas vezes sinto que não me cabe no mundo.
O mundo pode caber em mim, nos meus pensamentos.
A dimensão de tudo é tão confusa que, parece que eu mesmo arquitetei o universo.
Vejo além do que posso ver, mas não vejo tão próximo quanto deveria.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Profecia

Não espere que o sino badale, cortando o véu de renda silenciosa da noite!
Não mais há sinos.
Não existe o escuro.
A negativa avança em direção aos prazeres, regados à espera.
Tal qual traça de vestido de noiva, promove o desfazimento das recordações!


E quando der por si, apenas restará o pó - de onde viestes e para onde estarás fadado!

Contrapontos

Não olheis o pecado, mas a intenção.
Nem toda má ação teve intenções congêneres.
Assim como o inverso se faz verdade.
A mão que acolhe pode ser ainda a que se envaideça de ter a ira para destruir.
O mundo não pára para fins de que o percebamos,
mas também não acelera, apenas continua!

De repente o clímax

No silêncio de uma escura noite, o grito.
Na agudez de sua pronúncia, o crime.
No ultrage de seu acontecimento, as cicatrizes.
Nas marcas sob a pele, lembranças.
Enraizado nas lembranças: o medo.
Temor alimentado pelos sonhos e esperanças, corroendo dia após dia a segurança que ainda nos resta.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Be sad, don't be happy

Minha tristeza é toda incerta.
Não consigo mirar o sonho alto.
E as batidas no taco apenas reiteram que estou lúcido.
Confesso que poderia gritar.
Não quero.
Resumem-se todos os odores, do mais diáfano e fétido ao sublime e adocicado.
Odeio extremos.
Prefiro a interpolação de meio termo.
E meu fiel companheiro continua aqui: o teclado no qual marco meus pensamentos.

Poder, O


Posso confessar que temo, mas não irei.
Poderia confessar que sinto, mas resisto.
Poder é assim, permissão.
Contudo nem tudo que permitido é deve ser feito.
O concreto realiza o mundo, quando tudo já deveria estar concretizado.
Gira globo sedento de instabilidade!
E lá se vai tudo de novo para a maior desorganização possível!

Preenchimentos

Olhe só o que tenho nas fechadas e sensíveis mãos: o vazio.
Porém, entenda-o não como a triste ilusão perdida.
Compreenda que ele permite preencher, completar e circundar com sensações.
Um simples sopro já lhe retira a propriedade da ausência completa.
Portanto pense bem: que queres utilizar para preencher?
Qual a matéria constituinte da sua vida?
Depois que ela entra, torna-se insustentável sua retirada.
Contudo, nada se faz impossível.
Apenas requer grandes trabalhos.

Jardineiro de sonhos

Poder-me-ia ser desejoso de amores?
Insalubres ou insabores?
Detesto admitir, mas quero ser provedor de sonhos.
Plantarei canteiros sem fim de suas douradas sementes.
Adubarei com o prateado despertar celeste e,
recolherei ao por do sol suas consequências.

Sono da tarde

Qual a razão de tamanha sonolência, nem bem tenha se posto o sol?
São noites e noites, desalmadas e mal amadas num currículo secular.
Almas velhas, tal qual as rugas da existência, nada sabem além de reclamar.
Talvez por isso a solidão me insista em não querer ouvir.
Previdência? Nem a providência divina!
E com mais valia ficarão os sentimentos obtusos!

Discurso infundamentado

Quisera não poder falar idioma algum, mas saber a linguagem do coração!
Entender o pulsar de emoções, surpreender a dopagem de sensações com um amor sem limites...
Porém, a cada novo luar que posso perceber - insensato me prontifico a não mais amar.
Os amores como de outrora já não mais existem!
Manterei meus sentimentos e entender bastante próximos, pelo menos até o próximo apaixonar!

Revolta em prol de expectativas

Como assim acabaram-se as expectativas?
A poesia não nasce em terras improdutivas!
A poesia não se banha no sol do meio dia!
Ela é assim, toda despudorada - mas tem o semblante de uma princesa.
Não adianta insistir, estes próximos 5 minutos apenas passarão.
Mas a eternidade estará para todo o sempre!

A um passo da paranóia

Sim, eu poderia permitir que todas as coisas mudassem.
Mas não quero mais viver com os sonhos do passado!
Quero viver com os sonhos de um futuro, baseado em felicidades do presente.
Portanto, faça o favor de se retirar do meu inconsciente, meus caros pensamentos depressivos!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

É noite lá fora

A noite encobre as ruas com seu negro manto, perfumado pelos mais diversos aromas.
O aroma das alegrias de uns, das tristezas de outros.
O aroma dos amores.
Tal qual a riqueza das sensações em seu arcabouço.
E em cada janelinha tem luz, para além da escuridão pequena.
A luz da vida, que continua alheia a tudo o que escrevo e sinto.

Ousadia incerta

Sim, ousarei preferir a distância que aproxima.
Tal qual o intocável sentir de um carinho, singelo pelas palavras.
Não ficarei com a proximidade que se distancia, quando real torna-se de fato.
Quisera poder entender as razões desta razão descabida.
Mas não há vestígios, pegadas ou evidências.
Sei que o caminho está cheio de cascalhos, mas não me importa o percurso.
Ansioso que estou, basta-me o destino.

Tempestade

O céu está denso de lágrimas, o mundo cinzento de tristeza.
Não sei exatamente o porque, mas vejo no mundo a exteriorização de meus sentimentos.
Me vejo em um bote no mar alto, durante uma tempestade truculenta.
Nada posso fazer para evitar, com a quebra das ondas estou a pouco de um naufrágio.
Mas amanhã o sol novamente sairá, como se nada houvesse acontecido.
Sinto a água salgar minha carne, percebo o irritar de minha pele.
E ao virar o barco seremos apenas nós: o oceano e eu.

Questionando as razões

Psiu... é você, você mesmo!
Qual o sentido disso tudo por aqui, hein?
Também não sei, apenas observo.
Veja só, tem mais alguém por aqui...
E mais alguns outros.
Mas a razão disso tudo, na certeza, ninguém sabe.
Todo mundo fica apenas na especulação...

Anti-perfeição

Dá-me um beijo?
Mas não tão molhado, pode ser enjoativo...
Que também não seja seco, pois pode ressecar meus lábios.
Não tão depressa!
Tem que ser moderado.
Calma aí, não pode ser lerdamente.
Quer saber?
Não quero mais o beijo, está muito detalhado.
Gosto de ações menos descritivas, porém mais envolventes...

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Logoff

Quanta falta de lucidez que me assola nesta noite!
O universo poderia ter deixado de me ouvir, mas mandou o sono...
Não quero me entregar, porém a força de sua pancada me é levemente pesada.
E assim, com o peso do mundo sobre minhas pálpebras, vou desligando meus pensamentos.
Não farei backups, só por esta noite.

Negociação

Dê-me uma razão que te darei o tempo.
Retirai vossos olhos de minha inocência... já não posso me despir das idéias que carrego.
O peso dos obstáculos fez-me curvar por sobre o horizonte.
Contudo não há totalidade nas conquistas, menos ainda nos abandonos.
Talvez eu jamais entenda meus próprios pensamentos, pode ser que um dia outros entendam.

O Feito que não foi bom

Em minhas mãos apertei demasiadamente forte uma vermelha rosa, rosada com a palidez de sua colheita.
Quando afastei meus dedos, o vento levou para longe as muitas pétalas destacadas.
Junto delas estava minhas esperanças de mudança...
Massacradas por mãos gigantescas e intolerantes!
Resultado de meus instantes não tão lúcidos, mas preenchidos de coléricos impropérios.
Eis que assim o é todo o mal: castrador de virtudes!

Última chamada para a terra dos sonhos

Tomarei um atalho para o mundo dos sonhos, com pretexto de suavizar meu atraso.
Estou há dezenas de minutos atrasado e tal minimidade em uma noite é um tempo eternamente longo.
Não importa se tomei o atalho impreciso.
Tampouco se haviam víboras no caminho...
Todos os passos foram consequências de minhas escolhas.
Não adianta mentir, eu já nem posso acreditar.
Meus pensamentos voam em todas as direções, mas retroagem a cada nova recepção sutilmente carinhosa.
O afago me sufoca, tal qual a água envenenada de boas intenções.
Permita-me fechar os olhos para uma nova jornada.
O caminho todo pode não ser o bastante...

Apenas para deixar claro, para mim mesmo...

Tenho receio de lembrar que, por acaso do cotidiano, minha vida não é um jogo...
Não estou por ganhar ou perder, tampouco por estar.
Estou por ser, tal qual jamais deixarei de tentar.
Mas nesta jornada contínua sempre existem dúvidas, incertezas e passos em falso.
Já coloquei meus pés em situações bastante adversas, contudo não custa persistir.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Semeadura

Estou cansado desta vida de mesmices, marcada por sonhos espaçados e nem sempre preenchidos de realizações.
Poderia eu, em um raro momento ou em devaneios, me permitir a felicidade?
Vou semear novos horizontes e esperar a colheita.
E que a água jamais falte para que eu possa receber o que preciso, antes do que eu realmente deseje.
Mas que não seja demasiado em excesso, para melar a oportunidade.

Sonhando acordado

Eis que surge do nada um novo sonho, tecido na renda da vida.
Emaranhado nos pensamentos opacos, reluzente tal como ouro de tolo.
Nas meias verdades tende ao seu final desajuizado, contudo nos sinceros momentos pode se transformar em histórias felizes.
Não pode ser apenas um conto, cuja vida dirige em momentos felizes, deve ser tal qual o real - calcado em desafios.
O sonho é apenas um projeto, com prática prevista para os próximos instantes e de duração indeterminadamente mágica.
Qual o seu sonho?

Sentidor

Qual o problema com o poeta?
Enfeita em prosa a poesia, tal qual o perfume das palavras.
Concebe em pensamento os viveres e prazeres sonhados, contudo vive à merce do mundo.
Se estreita para atravessar às portinholas da vida.
E de repente se vê engaiolado na existência.
Acho que o problema do poema é sentir demais o que ninguém mais sente.

Confusão de Pensamentos

Em meio a ciranda da vida, outros lábios toquei.
Outras faces vislumbrei e, outros sabores provei.
Mas nada pode mudar o que existe dentro de mim,
transformar o inseguro modo de me ver.
E nos gritos noturnos ouvidos ao longe, relembro meus medos.
Me reencontro com meus receios mais sutis e profundos.
O negrume do luar tingiu meus pensamentos, encobriu minhas certezas.
A ligação confirma que nada foi feito, mas que ouviram minha queixa.
Ingrato mundo que gira e nos ignora, tal qual a ausência sobrando na existência.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Permita-me mais um delírio esta noite...

Não sei escrever amarrado, contudo preciso...
Já sei que minha mente não é linear, mas ainda não constatei se é em rotas elípticas ou se pelo menos tem uma rota.
Sei que devo dormir agora, então me retiro.
Ainda que eu pudesse dizer mais do mesmo, recheado de repetições inodoras, seria imbecil de minha parte.
Não quero preencher sua leitura com meus desgostos.
Tampouco posso.
Mas a escolha pela leitura é um tanto quanto libertiva.
Tenho tantos devaneios quantos possa preservar.
Só não me prenda em vidros, nem me estude.
Espere que passe o tempo...
Quando houver terra sobre meus pensamentos, então conduza!
Sei que tudo um dia acaba, só que isso também é mito.
Além desta materialidade eu observarei calado os feitos e destroços.
Nem toda destruição tem volta, entretanto não custa inaugurar uma nova pedra fundamental.

Miragem Utópica

Perdoe-me esta passada nada urgente...
Esqueci que não estou mais aqui, sim logo além.
Por um instante ouvi o gemido noturno de um móvel rangendo.
Estranho voltar a pensar em quem deveras não se encontra.
O cômodo está vazio.
Nada vi, apenas imaginei.

Insistência por nada

Qual poderia ser a atitude de um eterno e incompreendido amante?
Não amar quem deveras lhe demonstre apreço, certamente.
Porém sonhar com todas as pessoas que lhe não possam construir o futuro.
A verdade é que dos amores que tive, incertos, dolorosos, confusos...
Sempre resta uma última gotinha latente.
A água que já bebestes tem sabor saudoso...
Contudo tempos passados não retornam, a não ser em pensamentos renitentes.
A penitência futura se conduz à luz da ebriedez.
Sinceramente, não quero ninguém em minha vida.
Todavia posso querer em outro instante.
Inconstante?
Insistente em meus devaneios sentimentais, isso sim!

Inexplicável

Se mesmo eu pudesse entender o que vai em meu peito, talvez tudo fosse mais fácil.
Não sei bem a razão do mundo, mas sua irracionalidade habita nas circunstâncias que me movem.
Estou uma vez mais em dúvidas que desconheço, pensando naquilo que não traduzo...
Basta de pensamentos inconstantes, tomarei o repouso noturno justo.
Se depois deste caminho ainda houver o fiel apreço do sentimento, pensarei a respeito.

Cinderela do século XXI

Anônimo em uma chuvosa tarde de janeiro, caminha um jovem qualquer.
Sem passado ou história que nos interesse, simplesmente ele pára em frente ao prédio.
Aciona a campainha e olha para cima.
E o tempo passa, disperso nas aguadas lágrimas escoantes do céu.
Sim, a cinderela aparece na janela com suas madeixas douradas.
Ao invés de tranças, atirá-lhe um molho de chaves.
Eis o romance contemporâneo.
E no interior do aposento, praticam uma tarde de amores.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Fina Chuva

Está uma chuvosa madrugada lá fora...
A chuva cai em gélidas e finas gotículas, encobrindo todo o horizonte.
Em seu tom ritmado, nina os sonhos de muitos e enche de sono os acordados.
Também pudera, para além da beleza há um sopro gostoso.
Dormirei somente agora, contudo em meu edredon estarei aquecido!
Dorme Ribeirão Preto, o dia chegará em poucas horas!
E apenas a chuva continuará resistente!

Recolhimento

Recolher-me-ei para o glamuroso mundo dos sonhos,
d'onde apenas sairei com muitos raios do sol sob meu rosto.
Lá poderei adentrar o inconsciente que me permito ignorar por todo o dia.
Talvez eu sonhe com o irreal, talvez com o factível.
Não importa, apenas ele poderá renovar as energias que me competem.
E tal qual o cansaço me permita, dormirei sem preocupar com o depois.

Ficou lá...

Ops... esqueci o poema.
Ficou naquela gaveta da empoeirada estante velha.
Não irei buscá-lo hoje, deixarei para uma outra hora.
Estes esquecimentos ainda me deixarão em apuros...

Poderia roubar palavras?

E se eu roubasse o banco das palavras?
Talvez teria um grande arsenal de pensamentos em meu bornal de poeta.
Só que seria para sempre perseguido pelos vigias do saber...
Melhor não roubar nada, continuar com o que me cabe no pensar...
Afinal, não me falta nada com as posses que detenho!

Insensatos pensamentos noturnos

Há um problema em meus olhos: não vejo através da escuridão.
Talvez isso não devesse ser um problema, afinal eu deveria estar dormindo e não conectado em tão altas horas.
Luzes clarearão meu quarto em breve.
Mas o sono ainda não inebriou minha imaginação...
Noites caladas e inodoras já as tenho muitas, mas de falas e gestos entrecortados na escuridão não constam tantas em meus álbuns.
De hoje para o resto dos meus dias ainda pretendo ter maiores recordações.

Descabidas Desculpas

Mas se tu ouvisses meus pensamentos, teria medo.
Não pelas ameças que eles poderiam fazer-te, mas pelo desconexo som que deles ecoa.
Assim, tal qual um desarranjo musical.
Confesso que me falta maestrá-los, tornar tudo mais harmônico.
Mas ainda não sobrou tempo para tal.
Passe na semana que vem, tudo bem?

Pensares Meus

A brisa da madrugada preenche o quarto pela janela entreaberta.
Em seu ar úmido vem a esperança nascente deste novo dia.
Não há nada em especial para se falar, a música ecoa em meus ouvidos.
O mundo inteiro, uma vez mais, dorme.
Mas não dormirei ainda.
Existem diálogos correndo em minha mente.
O pensar borbulha, tal qual bolha de sabão.
E quando atinge o seu ápice, estoura!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Confuso

Mas e se a dosagem, incorreta, incerta e inexata que só ela,
ultrapassar minhas possibiidades?
Eis que o confronto se dá, tal qual se fez os sonhos em castelos de areia.
Já ouvi demais os conselhos sobre tal edificação, cujo vento pode destruir em segundos.
Mas não seria uma forma de aprendizagem?
O tempo passou além da conta, o laço está bambo, desfeito.
Talvez eu possa, construir algo novo, refeito.
Ou poderia ser apenas uma infantilidade.
Na verdade apenas observo, indeciso e distante.
A vida passa, mas não sei se estou em sua orla.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Dos sonhos

Perdoe-me o olhar de desejo, não posso evitá-lo.
São as noites mais felizes de minha existência incerta.
Não te escolhi entre milhares, mas entre as poucas possibilidades.
Vejo-te constantemente...
Contudo vosso olhar ao encontro do meu modificou a essência do momento.
Não, não me permitas que acorde.
Não mais verei teu rosto - cujas noites de sono me apresentam.
Será que um dia encontrarei-te entre os acordados?
Mistérios da vida, perceber além do dia uma possivel paixão.

Erro

Eis que o grande problema que tenho é o erro.
Nele me afundo, mergulho e sobrevivo.
Mas se por ora descubro a fresta luminosa para retirá-lo de mim: não me engano.
Logo mais, na sutil destreza de quem busca inconscientemente sua natureza - lá novamente me encontro.
Sou esperado por ele.
Sou conspirado nos planos arquitetados pelos infiéis destinos.
Erro todos os dias, horas e minutos.
Todavia ele não me permite os acertos, pelos quais sou severamente castigado.
Olhai meus brancos braços e perceberás as marcas do açoite.
Nas trêmulas noites de felicidade, surrado sou pelos erros que não cometo.
Exceto pelas alegrias, nada além do que os desafios me aguardam.
Afinal, acertar é inexato e incerto. Porém concreto.

Mistérios...

Se eu apenas pudesse, uma vez mais, entender o sentido de tudo aquilo que não posso compreender.
Talvez eu não fizesse, outra vez além, o erro de não fazer tudo o mais que deveria.
Eis que neste curto tempo que tenho, nada posso.
Só que tudo posso no tempo enorme que me contempla.
São assim, nos contrastes da vida, que se guiam nossos passos.
E na primeira esquina pode ter um quebra-molas...
No primeiro arranque pode ter uma pedra.
Na primeira vez pode ter um grito.
E os dedos podem transcrever nosso nome em um vidro suado de frio.
São estes os mistérios, inexatos e insensatos, da vida que nos garante o direito de recomeçar a cada dia!

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Prefixo

Ousei, certa vez, acreditar no possível.
Só que o possível não necessita de fé, apenas de confiança e empenho.
Mas ainda não aprendi a crer no impossível, o que tem feito toda a diferença.
O impossível é um caminho íngreme, debaixo de chuva e carregando muito peso nos ombros.
Caminho que pode fazer a diferença.
Mas o simples prefixo d'ste depende de iniciativas.
Como homem de pouca fé que ainda sou, retirar o prefixo tem sido um sacrifício extremo.
Contudo estou distante da desistência!

Diálogo com meus pensamentos

Dizem que os amores fazem os poetas, patetas enganados!
O amor que traz o poeta!
Mas o poeta se faz do amor próprio e do auto engano.
As paixões que nos iludem, também constroem é fato...
Mas a poesia é um dom inato, acho que bem o constato.
Sempre amei a expressão, pelos gestos e também pela mão.
Transcrevo aquilo que tenho em meu semblante, no peito e por razão.
Ora, tudo é transitório - bem sei.
Mas a boa poesia é aquela que sai além do pensar - nos momentos em que estou bem.
Claro que as paixões nos deixam a ponto de escrever!
Mas sou dos poetas que, também quando frustrados e tristes, ousam não reprimir!
Assim, a chorar ou sorrir, a poesia me faz viver!

Chuva

Vem bendita água, lava minh'alma e ilumina meus pensamentos.
Seu cheiro matuto já beira minha janela...  deixa-me molhar as mãos?
C'o calor que até pouco fazia, vossa impressão até alivia!
Da vidraça molhada vejo, lá embaixo, toda a humanidade molhada!
Lava, leva e inunda.
Só o faça bem rápido, já que logo sei que irás embora!

Desejo de persistir

Não olheis com est's olhos suprimidos!
Despertai em vosso íntimo o olhar curioso da criança, esfomeada por conhecer...
Sou um insensato aprendiz da existência, mas o faço com persistência.
As muitas portas do mundo não estão todas abertas.
Nem sempre poder-se-á investir a chave pelas fechaduras.
Sê o vilão dos tempos, arrombai os portais para conhecer outros caminhos.
Insisto em não acreditar que a pessoa seja para o que por ventura lhe seja reservado.
Destino é mito, enconder-se são fatos.
Existem possibilidades, eu sei.
Queres vir comigo?

Do meu modo

Sabeis bem que há quem escreva com caneta tinteiro,
também os há cuja escrita se faz pelo lápis de cada dia.
Por conseguinte existem os cibernóticos, arquitetando palavras em um teclado sombrio.
Cá estou eu, deitado em minha cama com um laptop em meu colo.
De cá, por trás de m'eus olhos envidraçados, transfiro para mundo os abalos do meu mundo.
Decidido.
Indefinido.
Cumpra-se o prazer do poeta ao Publicar Postagem!

Escolhas

Que tu escolhas, para que não sejas escolhido.
Eu escolhi aquilo que se escolhe quando há a necessidade da escolha.
Escolher, nada além do que tomar a decisão por si ou outrem.
Mas se há algo por escolhermos, sê o bom e deixais que escolherdes também junto de ti.
Escolhas.
Escolhidas.
Escondidas?
Incerto.
A escolha por si só exclui e, excludente que é, pode causar traumas inabaláveis para quem a toma, mas extremos para o que ou q'em não foi selecionado.

No caminho

Não há razões por onde caminhamos, portanto não convém buscá-las incansavelmente.
Há trabalho, dedicação e muito suor pela frente.
Existem trechos obscuros, muitas pedras e pedregulhos.
O matagal a nosso lado é incerto, dele poderão sair serpentes, insetos e animais selvagens.
As paradas são por nossa conta, d'onde julgarmos confiável.
As escolhas tem consequências, ainda mais se escolherdes ficar em parte da estrada.
No entanto, há grandes promessas ao final deste tormento!

Jogo

Caro leitor cujo tempo emprega em ler meus devaneios,
o poeta que vos escreve é um ímpar especulador do mundo.
Mas neste globo, mais psicológico que físico, no qual me enquadro,
julgo que já sofri em demasiado com alguns dos males da vida.
Não ouso dizer que sofri todos, seria indecência de minha parte.
Contudo já sofri alguns poucos, em particular coleção.
Oras, bem sei que sofrerei ainda muitos outros, nos anos que me resta.
Além de minhas intenções neste poema, não direi além da vida que nos está proveniente.
De antemão afirmo que, ainda que pareça infantil de minha parte, dos sofrimentos que tenho o pesar em meu semblante, carrego grandes lições e tomei maiores reservas.
Não encaro o tempo em seus olhos gélidos.
Tampouco me exponho além do necessário, faço dos fatos o exato e das sensações o limite.
Leitor, estás a chover - não o fenômeno climático - antes fosse!
Chovem desafios e desolações, este é o jogo da vida.
A diferença é que não lembramos bem ao certo a que viemos, mas ao chegar por cá topamos com tantas regras obscuras.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Poema de Desencontros

Se Machado pode escrever um diálogo com "pontos", posso escrever um poema de desencontros!
Eis que o dia pela noite não cai bem, mas além de tal obstáculo, fica o romance entre o sol e a lua.
Lendário e impossível, mas nem tanto impensável.
Eis que o eclipse existe ...
.................................................................
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Mas não é todo dia!
.................................................................

O poeta deixa claro não concordar, mas com a vida noturna da Lua...
talvez seja melhor que ela encontre um amante!

Esclareço que tenho o direito, mas advirto que é exclusivo

Perdoeis meu desarranjo, mas carece de explicar:
Não tenho aversão ao diálogo, mas a poesia para mim serve para também reclamar.
Não a poesia estruturada, tampouco a desarranjada!
Mas a minha maneira de fazer poesia, que de ontem para hoje já pode se alterar.
A licença poética é minha, portanto não venha reclamar!
O único neste espaço que tem direitos é o poeta que acaba de finalizar.

Linguagem x Linguagem

Leitor amigo, lhe peço desculpas, pois a escrita é minha maneira de falar.
Escuros tempos os que vivemos, onde não podemos sempre nos expressar.
As redes sociais são escancaradas, a falsa liberdade se prega por lá.
Contudo já há tempos sabemos que o problema é como as coisas chegam acolá.
A linguagem é arma ferina, alcança além do horizonte.
E evitando-se o confronto intenso, vivemos um crônico modo de suavizar.
Tanto se toca a superfície que se desaprende a conversar.
E este poeta não-indiferente, apela para a poesia o salvar!
Porém o bendito remédio, tal qual soro antiofídico, faz uso do mesmo mal de que acabamos de falar!

O Passante

Passante que vejo da janela, de onde vens? Por onde andeis? Aonde ireis?
Curiosidade insolente, prazeres a parte, eis que em seu bornal carrega uma vida.
Já que apressado estás, bem que poderia acompanhá-lo.
Mas não me atrevo.
Eis que o meu agrado é fantasiar.
Construir uma alternativa minha para vossa estória.
E se escrevo, tenho o desejo de registrar.
Não para que pareça claro, mas para que faça das palavras a memória!
Mas vejais a hora: devo me retirar.
Sobre o batente da janela, uma vez mais admiro a rua.
Crua sob a luz do luar, nada mais há por observar.

Monólogos ao pé da cama

Quem é o de lá, que agora aparece na penumbra?
O sono que me apetece.
Mas que me há de fazer além de aconchegar em seu abraço?
Embalar em seus mimos.
Para onde irei em sua compania?
Por entre bons e não tão sensatos caminhos.
E se por ventura houver espinhos?
Talvez possa me aranhar.
E o que farei com o sangue que por ventura escora?
Não vale o desarranjo de se preocupar.
Eis que o sono é o presente do tempo, para renovar o presente com o que classificamos em um dado passado como futuro.
Eis que os tempos são exatos, mas confusos.
Tal qual as referências, tudo depende de sua estada.
E a estadia do sono, esta é em minha cama de morada.

Devaneios Madrugais

Não percais o irregular dos verbos sobre o impresso momento.
A saudade que marcou a transitividade de amar, de tão indelével, ficou manchada em sua honraria ensurdecedora.
Eis que as sujas mãos muito se esforçaram, mas de nada adiantou.
O infeliz que criou as regras não pensou nas exceções. Tal qual o segundo, que caiu em sua própria armadilha.
Marchemos sobre os sonhos psicodélicos, obtusos e incorrigíveis.
Não olheis a luz que arde na vela, para não cegar aos infantis olhos.
E se por acaso perceberdes que não estava presente em certos momentos...
Não torneis a ferver a água que vai em seu favor!
Também no piloto automático guiamos a existência.

Constatações Madrugais

Confesso que o sono não me atingiu ainda, mas o frio congela meus ossos.
Sinto um frio ditoso, possivelmente vindo de dentro.
A lua está alta no céu, refletindo a luminosidade dos feitos humanos.
Depois de tanta chuva apenas resta os bolores, insaborosos e deselegantes.
Os sujeitos indiferentes repousam sobre sobre seus cansaços.
Gotas caem por entre torneiras mal fechadas.
Assim como a água, esvaem-se vidas mal cuidadas.
A chance de alterar o presente existe.
Supera as expectativas joviais dos investidores na alegria.
A desculpa para além do egoísmo contrói muralhas.
E se o ano não tivesse se principiado há pouco,
poderia jurar que já não conhecia esta cena.
Não repareis nas minhas ditas palavras, afinal, o que poderia dizer um insônio na madrugada?