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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Silenciosa Paixão

A espera pela tua presença me consome, tal qual uma eternidade.
Quando, por fim, tenho a honra de sua presença, o fino toque me enebria.
O sorriso me clareia tod'alma.
Como quero te manter em meu abraço, perder-me no calor de seu corpo.
Não quero ser apenas um, quero significar-te algo.
Quero poder enxugar sua lágrima um dia, tanto quanto posso sorrir contigo.
Roçar-lhe os lábios, carinhosamente, e encolher de frio quando me roubares o cobertor durante a noite.
Sua voz me desperta, seu cheiro me tortura.
Nesta noite, tudo o que mais desejo é sonhar contigo...

sábado, 10 de dezembro de 2011

Relutante Adormecer

Sinto o frio olhar da noite.
Percebo que as horas estão geladas, tímidas, inseguras...
O toque que percebo não é o seu.
O sopro que me aconchega não tem o teu cheiro.
Uma vez mais enfrentarei a eternidade de sua ausência.
E tomado nos braços da escuridão, adormecerei entristecido.


Também disponível no Coletivo Revolucionário.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Disfarces

Quando enfim toquei sua alva pele, senti a maciez de seu gosto.
Meus dedos provaram o abismo entre o desejo e o medo.
Como quisera, neste momento único, tomar seus lábios em um envolvente movimento junto aos meus.
Mas as horas, inseguras, passaram.
O momento terminou, sequer nos despedimos.
E hoje, quanto te vi, parecia que nada tinha acontecido...

Coração confuso

Perdido.
Pedido.
Pedi.
Insensível, sequer deste atenção.
Martírio.
Mas ainda assim, sobrevivi.
Desilusão não consome a carne, apenas o coração...

Cansei de suas justificativas

Não me venha com porques desditos.
Prefiro não ouvir suas justificativas, tampouco ler suas linhas rabiscadas.
Para quem já conhece suas inseguranças, desculpas não bastam.
Prefiro que enfrente seus temores, que prove pela vida dos dissabores.
Assim terás crédito e merecerá o carinho que te reservo.
Confuso ou não, ainda espero sua ligação todas as noite...

Talvez...

Talvez não exista, escondido lá fora, um mundo tão tenebroso quanto pressupomos.
Talvez.
Mas por via das dúvidas, é melhor observar atentamente pela janela, antes de tomarmos coragem de encarar um novo dia.
Uma nova maneira de ver os fatos.
Sentir a obviedade da existência.
Tudo, ao final das contas, não passou de uma perspectiva.
Silenciosa, trêmula, egoísta.
Posso passar a noite toda nesta janela, a vida toda nesta idéia.
Ou, só talvez, possa encarar os fatos e as críticas...

Vida desbotada

Já não posso negar, frente ao zumbido frenético e silencioso da existência...
O monocromático se apossou das lembranças, o calor do pensamento repousa no antes.
Descoloriu de minha face o sorriso aberto, incerto que se tornou o pensar.
De todas as cores, na paleta de alegrias, ficaste com as mais vivas.
Meus tons são os mais ocres, desbotados e inconsequentes.
Posso continuar, tal qual o tenho feito, inseguro em meu descolor?
Mas as cores me seduzem, me espremem o sumo dos olhos.
Não há mais um só desejo, que não a tua presença.
O que deveras preenche são os traços, trágicos e alheios...

Também disponível no Coletivo Revolucionário.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Era uma vez a praia

O mar, aberto ao olhar, lambeu meus lábios.
Sua saliva salgada lavou meus pensamentos.
Seu toque gélido, encoberto por finas gotas chuvosas, arrepiou-me os sonhos.
O mar, fechado em seu recanto de beleza, me trouxe cor.
A voz, rouca pelo vento, mal pode expressar.
As ondas quebraram, devoraram, sumiram...
E a serra deixou para trás aquela monotonia: a vida sempre continua.



Também publicado no Coletivo Revolucionário.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Cuidados seus

O teu carinho me acalma, vosso olhar me vela os sonhos.
Onde esteve todo este tempo?
Me deixaste tomar toda a tempestade, não imaginas como estava denso lá fora.
Cada lágrima das nuvens que me molhou o rosto, intimamente corroía meus sonhos.
Estou fatigado, minhas pupilas doem.
Mas está tudo bem agora, sua presença me aconchega...

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A dor que deveras sinto

O nosso querer, invisível ao nosso sentir, causou um ruído.
A fissura corrompeu o meu desejo, para além do que pudesses doar.
Me entreguei sem pensar, sem tampouco entender...
Quando dei por mim, uma vez mais, sobrou dor por machucar!




Também publicado no Coletivo Revolucionário.

domingo, 27 de novembro de 2011

O vai e vem da vida

Doem os corpos.
Moem os grãos.
Deixam os tempos.
Partem dos portos.
Ficam os nãos.
Passam os intentos.


E na contramão de todo o resto, sob o sol destes nossos dias, o vai e vem da esperança persiste...



Doem os grãos.
Moem os tempos.
Deixam os portos.
Partem dos nãos.
Ficam os intentos.
Passam os corpos.


E na sondagem psicológica da vida, nem um piscar de olhos se foi.



Doem os tempos.
Moem os portos.
Deixam os nãos.
Partem dos intentos.
Ficam os corpos.
Passam os grãos.


E não há lamentos, apenas suores, com o sol a pino.



Doem os portos.
Moem os nãos.
Deixam os intentos.
Partem dos corpos.
Ficam os grãos.
Passam os tempos.


Por fim, quando se percebe, tudo terminou em nossa vida.
Não há mais sorrisos, não há mais alegrias, não temos mais o que sentir.
Porque já não há o que viver...






Formatos

Como apanhar com as mãos o universo?


Como sonhar com o retrocesso?


Como perder o já perdido?


Tocando a vida, sentindo o cheiro da amizade, degustando o prazer do insensato.


Não está tudo certo, medido e pronto para uso... Sou daqueles que descobrem no improviso um sucesso fortuito, tanto quanto derrotas inconsequentes!


Os opositores também mudam, os agregadores podem a certo ponto não mais dar liga: tudo tem seu prazo de validade, acredite, mas não há prazos para prolongar sorrisos.


Não é exata ou tampouco reta a linha, mas, passível de tantos contornos quanto desejarmos lhe apresentar...


Não há tamanhos precisos, nem padrões formatados de paixões, amores e loucuras.


Tal qual a poesia, inventa-se a preço dos intentos.


E eterniza-se assim a todos os momentos, tal qual o flash que se dispara contra o terreno... brota-se então a semente de um quadro, que quando impresso ou revelado, pode preencher muitos vazios espaços.


O prego na parede já é outra história, mas também faz parte da notória arte de inventar!

Que seja, como deveras o deve ser o amor

Quero sentir o doce toque de seus lábios a acariciar minha face.
E me arde o peito em desejo de estar junto a ti.


Tenho na boca o gosto frio da noite, esperando seu beijo para esquentar o sangue e acelerar meus cardíacos batimentos.


O volume das cobertas, sob a luz do luar, em minha sombria e tímida cama, apenas representa o vazio que deixa.


Necessito da sua presença, tanto quanto o ar que respiro.


O vazio da madrugada uma vez mais devorará meus sonhos, sem os quais será difícil encarar um novo amanhecer.


Posso até sonhar contigo, mas se não estiveres materialmente a meu lado, de nada adiantará.


Se tua presença não se fizer presente, não apenas não terei um passado: como também não poderei planejar um futuro.


E se eu sigo caminhos rotos, inseguros e obtusos: creia em minhas palavras, falta-me o aconchego de seu abraço.


Tenho carência de suas mãos, desmedidas e estabanadas, a acariciar minha fronte.


Tenho a carência de sua voz, errando as letras e em desafino.


A carência do desalinho de minha vestimenta, acertada aos detalhes com seu carinhoso olhar.


Como poderei deixar de nutrir, no fundo de meu âmago, um amor sem limites?


Não posso sonhar além do horizonte que me proíbes.


Apenas posso esperar que nossos caminhos por fim se cruzem, cartesianos como sempre deveria ter sido.


E que se repita, uma vez mais. Outra vez também. Quantas vezes for possível.


Até que acabe o nosso fôlego, ou que a morte nos tome para junto de seu negro manto.


E se, como quisera acreditar, houver o além... também lá faremos companhia, já envelhecidos, um ao outro.


E se não for para ser de tal forma, que apenas seja o necessário para sermos verdadeiramente felizes.


E que quando as luzes se apagarem, a felicidade perdure até que alguém novamente lhe cause a faísca de lembrança!

Sondagem de uma insone noite

Madrugada adentro, os gritos presos na garganta se liberam.
O véu sereno da noite vela a insônia obsessiva: não sinto o toque do frio, mas o bafo de um calor extasiante.
E a tensão corrói meu (in)consciente temor: não há nada além da próxima semana, os próximos dias são o contexto de minha vida.
Situação atípica, mas cíclica... o temor do erro, da falha, o medo de seguir novamente pelo caminho mais tortuoso.
Não quero lembrar, o passado já está soterrado pelas novas experiências.
Porém o terror em meus pensamentos, sobrevivente, estará para sempre preso na inconstância e no pavor.
E o silêncio corta novamente o terror, apenas o ventilador dialoga, em zumbido cálido, com minha face. Brotam gotas de suor de minha testa...
A água já não mata a sede, o edredom esquenta, porém sem ele não durmo.
E quando dou por mim, entorpecido pelos pensamentos, já voei para a terra dos sonhos...





Também publicado no Coletivo Revolucionário.





sábado, 26 de novembro de 2011

Solitárias Dores

O que deveras dói não é a ferida.
Tampouco a tristeza de ter perdido da razão, ou a calma inconsistente.
De fato doem as razões inexplicadas de sua ausência, o suspiro de minha solidão.
Não posso, tampouco quero, viver sem sentir seu hálito junto ao meu nas frias manhãs...
Talvez, se já não me bastassem os sonhos, poderia viver de querer.
Um desejo insaciável, composto por tudo aquilo que já não mais posso tocar.
Uma vontade ímpar de tudo que já não mais posso provar.
Uma febre intermitente, por todo amor que ainda tenho por compartilhar...









Também publicado no Coletivo Revolucionário.

Boneco Usado

Se eu pudesse distrair o meu olhar, longe da maciez de sua face...
Talvez soubesse dizer-te não e perder-me menos na imensidão de seu amor.
Não que o quisesse. Tampouco gostaria.
Mas, algumas vezes, sinto que me entrego além da carne.
Além do toque.
Não sei mais o que sou sem a tua presença.
Não tenho mais o que fazer sem que tu aproves.
Apenas o sou, tão tímido e embolorado, um boneco em suas mãos.
E quando me toma em brincadeira, realiza todos os meus desejos.
Não me dói ser usado, quando pelas tuas alvas mãos.
Mas ficar trancado no escuro, faz doer até o interior de meus ossos.













Também publicado no Coletivo Revolucionário

domingo, 16 de outubro de 2011

Permita-me dizer...

Permita-me, nesta nublada e chorosa noite, invadir seu pensamento com minhas palavras...
Permita-me ocupar o vazio em seu semblante, afagar-lhe o rosto com meu toque.
Não te sintas triste, tampouco se ressinta com meus modos.
Apenas gostaria que estivesse, uma vez mais, a meu lado.
O tempo caminha, a largos e espaçados passos.
Sei que há muito, tempo demais por sinal, nossos caminhos se desencontraram.
Porém, saiba que nem uma noite sequer, passei sem pousar o pensamento em ti.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Perdão duvidoso...

A calmaria da noite zomba das contidas lágrimas que tenho no semblante.
Os passos sôfregos que escuto não são de estranhos a perambular pelas escadarias do condomínio, mas de meu coração inflamado de um sentimento incompreensível.
A amizade, cuja fragilidade lhe era perpétua, rompeu as amarras com a razão.
Não poderei perdoar, ainda que o queira.
Existem traições cuja face da lua apenas faz acentuar.
Ao acordar será um novo momento, mas, até lá procuro nas entrelinhas do edredom o perdido sono...

terça-feira, 23 de agosto de 2011

(in)Existir...

Algumas vezes sinto a vontade de inexistir, pois assim não teria meu presente confinado em tanto por resolver.
Porém, não posso negar que seria uma lástima não partilhar o sorriso com amigos, o carinho com os mais chegados e, principalmente, não poder chorar de tristeza após os tombos da vida.
Não há um só dissabor que não deixe de compensar o vivido.
Tampouco há silêncio que não pronuncie o princípio de uma revolução.
Não será o grito e, tampouco o drama, que mudará o mundo. Mas serei eu, com meus pensamentos obtusos, que deixarei meus sonhos.
Talvez a colheita demore, a semeadura coube a mim, o resto é tudo incerto.
E nestas incertezas e inexatas conversas, este poeta cá vos implora: não deixeis de amar. Não o amor de novela, repleto de paixão arrebatadora, mas o amor de apego à vida, suas particularidades e especificidades.
Apenas quem ama, uma única vez e timidamente certo deste sentimento, compreende o por de sol ao final do dia!

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Resignação Poética

Não olhe nos meus olhos, talvez eu não possa conter as lágrimas.
As feridas que nunca secaram estão sensíveis nos atuais momentos.
Ouço, ao longe, o ranger de portas que tentam ser abertas.
O fantasma do passado recai sobre nossos ombros quando menos esperamos.
Esta noite dormirei com as luzes acessas, tragando a tênue fumaça da existência.
Não mais proferirei este desabafo, resta-me a resignação da existência, alheio ao universo tal qual este me ignora.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Pequenas considerações por beneficio próprio

Não gostaria de saber a razão, tampouco revidaria.
Suas palavras foram embebidas de um ódio, cuja única grande vítima apenas poderá ser a ti mesmo.
Se, conforme disseste, houvesse a presença reconfortante da figura benigna em teu coração, asseguro que não o teria feito.
Não existe uma guerra santa e, de acordo com o que aprendi por toda uma vida, os fins não justificam os meios.
Apenas tenho para seus ouvidos o silêncio, a resignação.
Não poderia enfrentar vossa insolente forma de agressão.
Sei bem que tudo isso não passa de uma maneira circunstancial de conceber as coisas; mas nada fiz (mesmo que seus pensamentos digam adverso).
Não guardarei sentimentos negativos, nestas linhas deixo o único traço de tais sensações.
Desculpe leitor, preenchi de modo sutil vossa leitura, com os desacasos de minha existência.

domingo, 29 de maio de 2011

Como percebo a ausência tua

É confuso dizer, mas sinto que as cores da vida estão mais opacas.
Que os sabores de cada dia estão um tanto quanto mais insossos.
Não sinto o cheiro do orvalho de manhã, como d'antes sentia.
Sua ausência tem preenchido meus pensamentos, forçando minha contrariedade a tudo quanto possa ser feito.
Antes de nosso encontro, sequer notava tal não permanência.
Porém agora, quando deixaste meus pensamentos para apenas o mundo, sinto que é impossível respirar sem compreender que te perdi.

Confissões deste poeta

Nobre leitor, tenho algo a confessar, mas não vá distribuir minhas confissões ao vento!
Estou imerso na penumbra de meus pensamentos.
Nada pior de se ocorrer a um poeta, cujo pensar é tão caótico.
Em tal profusão de sentimentos latentes, mal posso vislumbrar o horizonte que me apresenta.
Assim sendo, vejo tudo nebuloso e escurecido, tal qual retrato envelhecido...
Gostaria de que assim não o fosse, só que não me resta negar.
Porém, não entenda este como um pedido de ajuda: pra ser sincero eu gosto...

domingo, 22 de maio de 2011

Desfecho de um amor

Qual seria o grande erro do poeta?
Amar, tal qual uma criança... sem medir consequências?
Ou seria acreditar que também ele merece ser feliz?
Não posso compreender que - assim despropositadamente - possa perder tua companhia em meus pensamentos.
Ainda que a dor que deveras sinta, seja tal qual a dor de uma estaca cravada em meu tórax, prefiro sentí-la entendendo as razões irracionais de tal circunstância.
Não poderia assim, de tal forma, me ferir mais do que imaginas?
Com vossas palavras distantes, forçaste meus pulsos para um corte infinito.
Escorrem por meus braços o fluído vermelho-vivo, pulsante.
Como dói dissolver um amor, tido por verdadeiro!
Apenas me resta a serenata de uma fria noite, com correntes de ar adentrando em meu quarto...
E as secas e congeladas lágrimas que lubrificaram meus olhos, rasgam minha face como faca imensamente afiada.

Palavras de um poeta apaixonado

Tua timidez não somente encanta, mas consome em mim o desejo de possuir-te em meus braços.
Ao comprimires vossas pálpebras, acende os candeeiros em meu interior: não é possível haver trevas.
Não é por conta do acaso que nos conhecemos, tampouco por razão incomum...
A razão é que ao tocar-lhe os lábios, sentir teu abraço e permitir-me te amar, completo a parte que falta em mim.
Poderia eu, humilde poeta, deixar de viver sem vossa presença?
Sou apenas alguém, cuja razão de existir era incompreensível até te encontrar.
Como quisera que o mundo parasse quando tomamos um ao outro em um sincero beijo.
Apenas fico, cá com as minhas palavras, impossível de descrever o que deveras sinto. O que de fato quero, o que tão pouco compreendo.
Assim o é o amor, que consome agora a minha alma...

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Sinto que seja necessário dizer...

Eu poderia gritar, mas não quero acordar o mundo.
Desejo viver nosso amor longe dos olhos insensíveis da humanidade.
Quando tu retribuístes meus olhares emotivos, com tamanha sinceridade, tão somente acentuou o sentimento que trago já exposto em meus gestos.
Ao encontrar sua boca, levitei por mundos jamais explorados... encontrei sentidos há muitos não despertos!
Afastei-me da realidade, sua ausência me priva de uma órbita precisa.
Tomar-te em meu colo, acariciar teus cabelos e beijar teus lábios foi o melhor presente que pudeste me conceder.
Permitir-me que te ame, é apenas o começo de um felizes para sempre...

sábado, 14 de maio de 2011

Não poderia...

Poderia eu - humilde poeta - explicar as alterações fisiológicas promovidas pela sua presença?
Jamais teria tamanha felicidade com as palavras, acredite!
Contudo, posso jurar que o mundo parou quanto toquei teus lábios: e quando mergulhei o prazer de sentir sua pele macia.
Claro que a razão me faltou ao momento, mas quando tu me aceitaste como namorado foi como se o universo todo tocasse uma melodia extremamente feliz.
E ali, no canto escuro de uma movimentada rua, quando nos entregamos ao sincero carinho de um toque: tudo iniciava de modo pueril.
Me sinto um adolescente, crescido em estatura.
Mas me sinto completo: pois com vossa presença encontrei a plenitude.
Dois perdidos em uma escura noite, nas trevas de uma correria, mas nas luzes de um sentimento.
Como poderia, pergunto eu, explicar o que apenas a experiência pode fazer compreender?
Sinceramente nada posso, apenas posso mergulhar neste sonho!

sábado, 7 de maio de 2011

Jovens lembranças do poeta

Se por acaso me perguntares como é sua pele, direi que é tão fina quanto a eternidade e tão quente quanto o pulsar de meu coração.
Mas se acaso disseres que não estou em bom juízo, responderei que perdi todo o que tinha quando seus lábios tocaram os meus.
Ao roçar suas mãos, com o carinho que lhe depositei, não pude deixar de notar o quanto de apreço lhe tenho...
Seria coerente viver de paixão? Deixar que o mundo caminhasse, como sempre o fez, mas manter-me alheio aos acontecimentos?
Oh, como quisera: tomar-te em meus braços, preenchendo este vazio que a sua ausência me deixou.
Tocar-lhe novamente o queixo, com meu olhar de quero mais.
Poderia até mesmo não responder pelos meus atos.
Tenha certeza que valeu cada momento, cada suavidade da sua permanência ao meu lado.
Certamente que parte de mim ficou naquele selado beijo, e não poderia ser qualquer fração - mas - do melhor que pude te oferecer.
Para esta noite apenas terei, extremamente nítidas, as lembranças que por aqui mencionei...

domingo, 1 de maio de 2011

Tímida Coragem de Apaixonado

Certamente sobrou audácia nos meus olhos, ao cruzar os vossos.
Sobrou vontade em meus lábios, quando entregaram-se em diálogo contigo.
Mas palpitou-me o coração, inflamado com uma paixão repentina, tal qual o fogo que consome uma fogueira no frio.
Não poderia, ainda que o quisesse, confessar o quanto alteraste meu equilíbrio.
Mas tu bem sabe, como bem o sei.
E poderás desvendar, nas linhas inúteis de meus escritos, tanto quanto julgardes necessário.
Apenas te peço: não deixeis este poeta desfolhado, às intempéries do tempo.
Amai o que ele é, para além do que escreve.

domingo, 24 de abril de 2011

Revolução Interior

Curioso como tranformam-se as palavras, os gestos e os sonhos.
As cortinas que hoje cerram a claridade do sol em minha janela, outrora foram mais azuis.
Os desejos de diferenciação foram menos cruéis.
A insensatez talvez tenha sido um pouco menos acentuada.
A inocente e pueril maneira de criança, cujos olhos sobre o mundo a meu redor contemplava, simplesmente se perderam nos vales da existência.
E do cálice transbordante de vinho, nasceu a insegurança.
Permeados os caminhos por entre a plantação de trigo, encontrei o suspiro.
Não que ainda não existam as possibilidades, mas perderam-se as perspectivas.
Talvez um dia as encontre novamente, sob o hábito e as rugas de outro tanto tempo.

sábado, 16 de abril de 2011

Dialética de Sábado a Noite

Algumas vezes, para este poeta, tudo parece sem sentido.
Tal qual a fissura no tecido da existência, hiatos dividem os sonhos.
As dúvidas - incoerentes ou não - pairam por sobre os ombros do universo.
E posso até olhar ao longe, incerto, confuso. Mas é nas proximidades que repouso o pensamento.
Se eu pudesse fazer de outra forma, provavelmente os resultados seriam os mesmos.
Sacrificaria os sonhos.
Inventaria novas adversidades.
Nada pode ser assim - tão exato.
E no reservatório de pensamentos fica apenas a questão: razão qual será?

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Nem te notes

Psiu: não chameis a atenção de si para contigo mesmo.
Tu poderás não gostar do que haverás de perceber.
As profundezas da solidão vazia, numa escura noite de Abril, talvez não interessem a ninguém mais.
Menos ainda a si próprio.
Apenas escute as mudas chamadas de seu organismo.

"Blás" Poéticos

Custa-me suspender o sorriso pelo instante em que percebo que não há retórica maior do que a proveniente do universo.
Não poderíeis pensar que estou demente?
Certo que haveríeis de compreender.
Não sou tal qual sou, sou um novo eu.
Renovado a cada instante.
Instalado em cada momento.
Destruído por cada onda de vento.
Assim o sou: orgânico e puro.
Mas nada nutritivo ou ingênuo.
Insosso e estupidamente eu.

A quem interessar possa, exprimo minhas razões

Não me importam as tecidas teias da trama da vida, moldadas pelo fel do lábio de poucos.
Valem-me por conta as horas que passei em acreditar.
Tem significado tão somente o feito pela alma, corpo e desejo.
Eis que pela ausência não me reportarei.
Ausência esta não corpórea, mas de espírito.
Não poderia meus pensamentos e sentimentos estar em mesma sintonia?
Pudera, mas o fato é que em razão de outras circunstâncias não o está.
E nem conseguiria despender esforço impróprio a fim de tal.
Por isso prefiro calar, pelo simples distanciamento.
Por hora me basta o resguardo das idéias, com pretexto de não ser mal compreendido tão acentuadamente mais.

domingo, 3 de abril de 2011

Seria escrito em tortas linhas?

Na penumbra do seio da existência existe o alto senhor das façanhas.
Seu olhar cuida para que nada fuja ao esperado.
Para que nada tome a direção errada ou insensata.
E o livre arbítrio, talvez tu venhas a indagar.
Até mesmo ele não pode ser fruto do inesperado.
As possibilidades trilham seu próprio caminho, isso é certo.
Mas nada, em absoluto, foge ao controle.

domingo, 27 de março de 2011

Perdoe

Perdoe os desabafos, mas a lágrima que rasga minha face neste momento é mais simbólica que sólida.
Poderia não me incomodar com todo o universo, contudo seria impossível não suspirar perante sua indiferença recíproca.
Não vale um único vintém o sabor de uma vida insossa.
Tal qual o sabor de papelão aguado pela chuva.

Sem sentido

Acreditei nas suas idéias, teci planos em favor de seus pensamentos.
Escorri o suor e o sangue que podia em favor de realizações por entre os vãos deste vazio da humanidade.
Mas não adianta não ver que ele existe.
Inócuo, insensato, frio e escuro.
Ausência unica, que me fez deixar de entregar o que podia.
Que me fez deixar de ser o que sou.
Que não me permitiu sequer entender as razões desmedidas e findas de meu pensamento.

Devaneios íntimos

Foi na luz de um sorriso que me encontrei: encantado e praticamente pensativo.
Foram nas palavras e gestos que me concentrei.
E o que me resta é aguardar.
O tempo pode não ser o melhor remédio para os enfermos, mas é a melhor razão para os sentidos.
Apenas posso esperar que ao por do sol tenha a vossa presença!

sábado, 26 de março de 2011

O que há de mim em mim mesmo

Às vezes tenho medo de ser eu mesmo.
Talvez o grande problema nisso tudo seja que já me acostumei comigo, quando na verdade os outros apenas acostumaram-se consigo.
Sou a piada constante, escrita em letras garrafais e com ar de deboche.
Posso ser o bom moço, mas também sou o vilão.
Sou o sonho vivido a sério, tal qual o pesadelo levado na esportiva.
E se me encontrar por aí, procure puxar conversar.
Lamento apenas não tecer melhores contatos.

Reencontro

Pra ser sincero, esperei que tocasse no assunto.
Não pela necessidade ou importância, mas pelo oposto disso.
Esperei que nossos olhares novamente se cruzassem.
Que nossas mãos uma vez mais se tocassem.
Mas que tudo ocorresse de modo inocente.
Não mais puramente casual.
Que desta vez tivesses em seu pensamento a malícia dos amantes.
Mas apenas falaste.
Improvável ou não, sentimentos não existiram.

Verdades intocáveis

Tal qual o olhar clínico de um médico, o olhar cínico do poeta pode informar o estado da alma humana.
Estado deplorável ou incerto, confuso ou entreaberto, fechado por ondas de calor.
Não bastaria um abraço para nutrir sonhos?
Quando quisera apenas um, negaram-se a todos os fatos.
O carinho verdadeiro não é tão sincero quando coberto de sangue inocente.

Desistências

Poderia o poeta ouvir o som dos corações alheios e abster-se de penetrar-lhe com as palavras?
O que deveras parece um tanto quanto incerto, insosso e insensato é possível.
O poeta se abstém.
O poeta evita o conflito.
Em razão de um mundo mesquinho e descrente.
Mas o poeta é assim, tal qual um jovem sonhador.
Quando não mais acredita, tampouco insiste.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Um novo hoje

E se ainda ontem guardado em meu peito havia um doce grito sufocado, com amarras na razão, ousarei respirar: sem receio de que ele ainda exista.
Tive minha nova oportunidade.
Giramos a roda da vida e, num nuance fascinante, tudo ocorreu.
O medo tomou coragem, tal qual o pálido se enrubesceu.
As lágrimas brotaram do desejo de respirar e dizer: vencemos.
Vitória esta calcada em pequenas batalhas, contra obscuros inimigos.
O maior desafio estava em não provar para os outros, mas para mim mesmo.
E, quando enfim as letras fizeram sentido - acredite - nada melhor do que o sonho realizado.
Sono este não sonhado de tão longa data - mas refletido e amadurecido.
Com a luz de um pensar experiente.
Não que a maturidade e experiência estejam em estado máximo, estas continuarão avançando e - com o tom inocente - terá seus retrocessos.
Mas não mais estarei pautado nas nuvens, no éter que as circunde.
A questão é que o tempo nos faz ver que o rabisco é assim: cheio de significados.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Não me obrigues

Não me forceis a negar os sonhos que ainda tenho.
Pois caso faça, talvez os perca uma vez mais.
Já - em outro tempo que passou - os depositei em barquinhos de papel e lhes permiti que conhecessem o outro mundo.
Mas as janelas foram pintadas de preto.
Meus pensamentos não tiveram mais o direito de ver a claridade.
Pior que grades apenas o escuro, vazio e fétido.
Se por ora os sonhos não podem preencher os cantos, permita-lhes apenas que a luz lhes penetre.

Inseguro porto me que aguarda...

E perdido no meio dos meus pensamentos, o grito.
Enfurnado no lamacento mar de reprovas da vida, ondulante e insensível.
O sonhos, tal qual talismã vítreo, encontram seu fim ao tocar o chão de uma queda dolorida.
Os pequenos estilhaços de segurança, que ainda restavam, mudos e tementes, pronunciam-se para além do imaginário.
Mas tudo isso se processa nas cordas vocais imóveis.
O pensamento exige que se promovam, mas os sons não saem.
Da boca, descolorida pelo tormento humano, apenas sai um gemido.
Não griteis comigo, pois não posso responder.
Vítima ou não, já não posso revidar.
Nem posso pensar.
O ar está espesso e úmido, do medo que criei.
Bordado em duplos fios de solidão, tecido nos entremeios das omissões.
Tal qual o olhar imóvel que me resta, assim fico: ausente.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Nostálgico

Dentro de minha pupila está brotando um fio de lágrima.
Não é de tristeza, tampouco de alegria.
É a nostalgia fazendo seus pequenos estragos, rompendo a perfeição simétrica da quina da minha vida.
E as casquinhas fazem aquele barulhinho tímido, de que nada mais importa.
Eu não sei a razão, mas a solidão - de tão boa - preencheu todos os vazios do meu dia.
Não posso mais escutar o nada, agora já percebo que há muito além desta barreira.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Descarrilho

Muitas vezes sinto vontade de fazer um parto dos meus sentimentos:
as contrações são extremamente doloridas.
Nem sempre é possível apelar para a normalidade, leitor.
A verdade é que tem horas que o trilho da vida tem lá seus solavancos e, se não tomar cuidado, tombamos todos os vagões.
Mas isso tudo, sempre passa!
E a única esperança, não apenas deste poeta, é que o sol nasce em poucos minutos!

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Dores

Em minha testa, neste momento, pesam a agonia de tantos.
As dores que sinto são preenchidas de exaustão.
Recheadas de imprevisibilidade e garantia certa de tristeza.
Mas ainda existe o vento, soprando um novo momento.
Talvez assim seja toda a existência: por mais que esteja contra, sempre haverá os prós...

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Autenticado

Não será pelo vosso grito que desistirei da minha idéia.
Apenas deixarei de desejar vê-la em prática no momento em que eu perceber que já não mais tem fundamento.
O maior desejo de todos é provar sua certeza.
O meu não poderia ser diverso ao teorema.

Manifesto de meu sentir

Cansei das meias verdades que ostentam os benéficos maldosos!
E de suas investidas contra meus sonhos... jamais serei aquilo que me esperas, quando na verdade sou tudo o que existe em mim.
Tenho o perfume da vida a pulsar em minhas têmporas.
A candura da existência em meu leve toque.
Sou apenas mais um, dentre tantos, mas sou o que conta os sentimentos! 

Zíper

Eu poderia ter permitido que as lágrimas de sangue manchassem minha face, mas não o fiz.
Não em razão de sua vermelha cor, cujo rastro deixaria a convicta impressão de um suicídio.
Foi por conta do orgulho, que está costurado em minhas entranhas.

Desabafo Insensato

O que me arranha o verbo não são as palavras, mas os suprimidos espantos!
Não é o sentir-me inútil, mas o sentir-me insosso que me sufoca.
São as presenças intermitentes, onipresentes e insensatas.
Não é o percurso que cansa meu pensamento, mas os obstáculos em seu caminho.
Sei que tudo tem uma razão e que leis regem tais perspectivas, contudo é bem mais fácil cair em reticências do que aceitar uma exclamação!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Dimensões

Eu poderia ser do tamanho de nada, mas tenho o tamanho de tudo.
Tudo aquilo que penso, respiro, percebo.
Mas algumas vezes sinto que não me cabe no mundo.
O mundo pode caber em mim, nos meus pensamentos.
A dimensão de tudo é tão confusa que, parece que eu mesmo arquitetei o universo.
Vejo além do que posso ver, mas não vejo tão próximo quanto deveria.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Profecia

Não espere que o sino badale, cortando o véu de renda silenciosa da noite!
Não mais há sinos.
Não existe o escuro.
A negativa avança em direção aos prazeres, regados à espera.
Tal qual traça de vestido de noiva, promove o desfazimento das recordações!


E quando der por si, apenas restará o pó - de onde viestes e para onde estarás fadado!

Contrapontos

Não olheis o pecado, mas a intenção.
Nem toda má ação teve intenções congêneres.
Assim como o inverso se faz verdade.
A mão que acolhe pode ser ainda a que se envaideça de ter a ira para destruir.
O mundo não pára para fins de que o percebamos,
mas também não acelera, apenas continua!

De repente o clímax

No silêncio de uma escura noite, o grito.
Na agudez de sua pronúncia, o crime.
No ultrage de seu acontecimento, as cicatrizes.
Nas marcas sob a pele, lembranças.
Enraizado nas lembranças: o medo.
Temor alimentado pelos sonhos e esperanças, corroendo dia após dia a segurança que ainda nos resta.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Be sad, don't be happy

Minha tristeza é toda incerta.
Não consigo mirar o sonho alto.
E as batidas no taco apenas reiteram que estou lúcido.
Confesso que poderia gritar.
Não quero.
Resumem-se todos os odores, do mais diáfano e fétido ao sublime e adocicado.
Odeio extremos.
Prefiro a interpolação de meio termo.
E meu fiel companheiro continua aqui: o teclado no qual marco meus pensamentos.

Poder, O


Posso confessar que temo, mas não irei.
Poderia confessar que sinto, mas resisto.
Poder é assim, permissão.
Contudo nem tudo que permitido é deve ser feito.
O concreto realiza o mundo, quando tudo já deveria estar concretizado.
Gira globo sedento de instabilidade!
E lá se vai tudo de novo para a maior desorganização possível!

Preenchimentos

Olhe só o que tenho nas fechadas e sensíveis mãos: o vazio.
Porém, entenda-o não como a triste ilusão perdida.
Compreenda que ele permite preencher, completar e circundar com sensações.
Um simples sopro já lhe retira a propriedade da ausência completa.
Portanto pense bem: que queres utilizar para preencher?
Qual a matéria constituinte da sua vida?
Depois que ela entra, torna-se insustentável sua retirada.
Contudo, nada se faz impossível.
Apenas requer grandes trabalhos.

Jardineiro de sonhos

Poder-me-ia ser desejoso de amores?
Insalubres ou insabores?
Detesto admitir, mas quero ser provedor de sonhos.
Plantarei canteiros sem fim de suas douradas sementes.
Adubarei com o prateado despertar celeste e,
recolherei ao por do sol suas consequências.

Sono da tarde

Qual a razão de tamanha sonolência, nem bem tenha se posto o sol?
São noites e noites, desalmadas e mal amadas num currículo secular.
Almas velhas, tal qual as rugas da existência, nada sabem além de reclamar.
Talvez por isso a solidão me insista em não querer ouvir.
Previdência? Nem a providência divina!
E com mais valia ficarão os sentimentos obtusos!

Discurso infundamentado

Quisera não poder falar idioma algum, mas saber a linguagem do coração!
Entender o pulsar de emoções, surpreender a dopagem de sensações com um amor sem limites...
Porém, a cada novo luar que posso perceber - insensato me prontifico a não mais amar.
Os amores como de outrora já não mais existem!
Manterei meus sentimentos e entender bastante próximos, pelo menos até o próximo apaixonar!

Revolta em prol de expectativas

Como assim acabaram-se as expectativas?
A poesia não nasce em terras improdutivas!
A poesia não se banha no sol do meio dia!
Ela é assim, toda despudorada - mas tem o semblante de uma princesa.
Não adianta insistir, estes próximos 5 minutos apenas passarão.
Mas a eternidade estará para todo o sempre!

A um passo da paranóia

Sim, eu poderia permitir que todas as coisas mudassem.
Mas não quero mais viver com os sonhos do passado!
Quero viver com os sonhos de um futuro, baseado em felicidades do presente.
Portanto, faça o favor de se retirar do meu inconsciente, meus caros pensamentos depressivos!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

É noite lá fora

A noite encobre as ruas com seu negro manto, perfumado pelos mais diversos aromas.
O aroma das alegrias de uns, das tristezas de outros.
O aroma dos amores.
Tal qual a riqueza das sensações em seu arcabouço.
E em cada janelinha tem luz, para além da escuridão pequena.
A luz da vida, que continua alheia a tudo o que escrevo e sinto.

Ousadia incerta

Sim, ousarei preferir a distância que aproxima.
Tal qual o intocável sentir de um carinho, singelo pelas palavras.
Não ficarei com a proximidade que se distancia, quando real torna-se de fato.
Quisera poder entender as razões desta razão descabida.
Mas não há vestígios, pegadas ou evidências.
Sei que o caminho está cheio de cascalhos, mas não me importa o percurso.
Ansioso que estou, basta-me o destino.

Tempestade

O céu está denso de lágrimas, o mundo cinzento de tristeza.
Não sei exatamente o porque, mas vejo no mundo a exteriorização de meus sentimentos.
Me vejo em um bote no mar alto, durante uma tempestade truculenta.
Nada posso fazer para evitar, com a quebra das ondas estou a pouco de um naufrágio.
Mas amanhã o sol novamente sairá, como se nada houvesse acontecido.
Sinto a água salgar minha carne, percebo o irritar de minha pele.
E ao virar o barco seremos apenas nós: o oceano e eu.

Questionando as razões

Psiu... é você, você mesmo!
Qual o sentido disso tudo por aqui, hein?
Também não sei, apenas observo.
Veja só, tem mais alguém por aqui...
E mais alguns outros.
Mas a razão disso tudo, na certeza, ninguém sabe.
Todo mundo fica apenas na especulação...

Anti-perfeição

Dá-me um beijo?
Mas não tão molhado, pode ser enjoativo...
Que também não seja seco, pois pode ressecar meus lábios.
Não tão depressa!
Tem que ser moderado.
Calma aí, não pode ser lerdamente.
Quer saber?
Não quero mais o beijo, está muito detalhado.
Gosto de ações menos descritivas, porém mais envolventes...

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Logoff

Quanta falta de lucidez que me assola nesta noite!
O universo poderia ter deixado de me ouvir, mas mandou o sono...
Não quero me entregar, porém a força de sua pancada me é levemente pesada.
E assim, com o peso do mundo sobre minhas pálpebras, vou desligando meus pensamentos.
Não farei backups, só por esta noite.

Negociação

Dê-me uma razão que te darei o tempo.
Retirai vossos olhos de minha inocência... já não posso me despir das idéias que carrego.
O peso dos obstáculos fez-me curvar por sobre o horizonte.
Contudo não há totalidade nas conquistas, menos ainda nos abandonos.
Talvez eu jamais entenda meus próprios pensamentos, pode ser que um dia outros entendam.

O Feito que não foi bom

Em minhas mãos apertei demasiadamente forte uma vermelha rosa, rosada com a palidez de sua colheita.
Quando afastei meus dedos, o vento levou para longe as muitas pétalas destacadas.
Junto delas estava minhas esperanças de mudança...
Massacradas por mãos gigantescas e intolerantes!
Resultado de meus instantes não tão lúcidos, mas preenchidos de coléricos impropérios.
Eis que assim o é todo o mal: castrador de virtudes!

Última chamada para a terra dos sonhos

Tomarei um atalho para o mundo dos sonhos, com pretexto de suavizar meu atraso.
Estou há dezenas de minutos atrasado e tal minimidade em uma noite é um tempo eternamente longo.
Não importa se tomei o atalho impreciso.
Tampouco se haviam víboras no caminho...
Todos os passos foram consequências de minhas escolhas.
Não adianta mentir, eu já nem posso acreditar.
Meus pensamentos voam em todas as direções, mas retroagem a cada nova recepção sutilmente carinhosa.
O afago me sufoca, tal qual a água envenenada de boas intenções.
Permita-me fechar os olhos para uma nova jornada.
O caminho todo pode não ser o bastante...

Apenas para deixar claro, para mim mesmo...

Tenho receio de lembrar que, por acaso do cotidiano, minha vida não é um jogo...
Não estou por ganhar ou perder, tampouco por estar.
Estou por ser, tal qual jamais deixarei de tentar.
Mas nesta jornada contínua sempre existem dúvidas, incertezas e passos em falso.
Já coloquei meus pés em situações bastante adversas, contudo não custa persistir.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Semeadura

Estou cansado desta vida de mesmices, marcada por sonhos espaçados e nem sempre preenchidos de realizações.
Poderia eu, em um raro momento ou em devaneios, me permitir a felicidade?
Vou semear novos horizontes e esperar a colheita.
E que a água jamais falte para que eu possa receber o que preciso, antes do que eu realmente deseje.
Mas que não seja demasiado em excesso, para melar a oportunidade.