Um pequeno feixe de luz tem passado pela janela.
É o anoitecer.
Ele vem, voraz e faminto - tornando o dia escuridão.
Uma nova fração de minha vida está se completando e, sinto que de nada fui útil hoje.
Talvez esteja enganado, porém gostaria de poder fazer mais.
Esta ânsia que tenho de fazer tudo o que não fiz, de viver tudo o que não posso e de conquistar novos horizontes - só demonstra o quão incompleto estou.
Tenho que desapegar daquilo que não me é próprio.
Lançar mão de espinhos velhos e velhas flores.
Mas o orgulho e a vaidade não compreendem esta razão desmedida de irracionalidade.
Seria prudente tal escolha?
Nada saberei responder com olhares presentes.
E se amanhã bater arrependimento?
De nada vale viver de incertezas e, caso venha a ser fato tal sentimento, muito provavelmente é para que eu sofra de saudade.
Ah, saudade.
Como a tenho de várias fases de minha vida.
E de repente me deparo com outra saudade: não do que passou, mas daquilo que se passa.
Saudade de continuar a ver o sol deste dia, que se perderá ao anoitecer.
E o fino raio de luz, este vem diminuindo.
E continuará a decrescer.
Logo dará espaço para o início da treva noturna.
Com a promessa de, pela manhã novamente aparecer.
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