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segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Orações

Ainda que duvides que eu reze pela alma de meus inimigos, ouso contar: rezo para que sejam consumidos pelo fogo do inferno!

Uma nova visão de quem sou

Dizer quem sou talvez não seja o que tu pretendas que eu diga.
Dizer o que eu represento, pode causar murmuros dentre vós. Dizer a que vim, causará espanto e indignação.
Não obstante tais resistências, direi o que pretendo dizer de mim - para aqueles que de curiosidade padecerem e ousarem saber.
Não temais me conhecer, os desconhecidos. Tampouco não temais se aproximar vós desavisados.
Sou apenas um ser dos mais ingênuos e não tão puros, que já trás a história sulcada pelas decepções, tristezas e desafios.
Mas a vida vive seccionada por um mar de vitórias e, claro que já experimentei bastante desta travessia.
Sou apenas um alguém que, não tem o medo do erro e que se levanta quando o comete.
Sou apenas um alguém que, não tem o receio da despedida - mas que se sente mal em adiá-la quando necessária.
Sou alguém, a quem não há desafio maior do que a coragem.
Não sou fraco, tampouco sou hipócrita.
Sou muitas vezes subversivo. Sou muitas vezes grosso, pudera: existem situações que se faz necessário.
Sou gentil e educado por criação, devo tal característica às duas principais pessoas da minha vida: meus pais.
Sou fraterno, pois tenho amor de irmão. Sou pai, ainda que não tenha deveras filhos, pela paixão que nutro por minhas afilhadas.
E, se sou assim, tão humanamente verdadeiro e certo - haveria de não merecer a vida?
Creio que não.
E claro que não serão comprimidos, materiais pontiagudos, ou similares que me tirarão o direito de vivê-la.
E se um dia, por estranho que pareça, tentei algo contra mim - não era bem isso que fazia: apenas testava as pessoas a minha volta.
Sei jogar quando se faz necessidade. Sei usar quando talvez possa ser preciso e, mais que isso - sei aproveitar quando fazem uso de mim.
Não sou uma cifra, não tenho valor monetário pré-definido.
Não estou à venda, tampouco para um leilão.
Se quiseres me possuir, desista, jamais poderá possuir meus ideais.
Se quiser me conquistar, boa sorte: talvez um dia saiba que apesar de tudo que falei, sou muito mais que tudo isso.
Portanto, sou o que sou e como sou. Assim o serei: verdadeiro quando a hora, sensato quando o momento, autêntico em toda a minha existência.

As vezes...

Às vezes complicamos tanto o caminho para a felicidade, que bastava dobrar a esquina para encontrar tudo o que sempre buscamos - mas insistimos em frequentar os mesmos lugares, em comer as mesmas coisas e em ler os mesmos livros. A vida assim se faz sem graça, o mundo assim se faz nublado. Viver assim é viver pela metade, viver sem aceitar que o amor faz bem é o mesmo que viver sem luz - dói e corrompe o pensamento. Viver de amores passados é tal qual tomar suco de pimenta, só deixa seqüelas. Mas viver um novo amor e se entregar de verdade - isso fortalece e no frio, muito nos esquenta.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

A que sou, por que sou

Sou daqueles que dão a vida pelas idéias. Dos que morrem por causas justas. Dos que tem opinião e que sabem (quase) exatamente aonde irão chegar.
Sou dos que levantam a espada e só saem da batalha vitoriosos ou mortos.
Mas, mais do que tudo isso - sou da mais seleta classe de mortais: sou dos seres observadores.
Vejo nas entrelinhas da existência as razões para seguir sempre adiante - tomarei quantas chuvas for necessário, me queimarei no sol, sentirei o vento gélido do inverno - mas, jamais deixarei de me levantar em uma queda.
Sou dos que sempre estão prontos para um espetáculo ao abrir das cortinas e, não obstante, pronto para fazer do improviso a melhor arte.
Sou alquimista, gestor, educador, humano... se transmutar metais um dia era o sonho de um seleto grupo, transmutar pessoas hoje é minha missão.
E da transmutação nascem outros seres - para compor a distinta classe social a que pertenço.

Não tenha medo de descobrir quem sou, mas tenha medo de existir sem a descoberta.

E aos que um dia passaram pela minha vida, por mais curta que tenha sido a experiência, saibam que jamais voltarão a ser o que um dia foram.
Posso algumas vezes perdoar, noutras ser perdoado, mas, nunca entenderei porque alguma pessoas fazem tamanha maldade.
Na guerra que batalho, minha arma é branca: só de amor, paz e sinceridade que estou munido.

Despedida de um Apaixonado

Se um dia amei e talvez não tenha sido correspondido, o fiz de bom coração e com agrado verdadeiro. Se usei uma aliança e dela fiz a vaidade de um sonho, também nela depositei todas as esperanças de uma vida.
Sim amei até o fundo de meu peito e hoje doem até os ossos por tamanho amor que me perfuraste a razão. Me iludi com o eterno prometido: de promessas que não me valiam mais do que um tempo programado.
Não dói o fato de ter acabado, mas como se fez o fim. Ainda que eu não tenha sido dos mais justos, tampouco o fizeste comigo da justiça: sim, fui usado como um trapo já sem valor. E se te roguei que saísse pela porta da minha vida, foi um surto de necessária desapropriação.
De nada vale se ter tão perto o que se teve por completo um dia, sabendo que outro destes lábios beijará, destes olhos sentirá a ternura que eu um dia senti. Perdoe se padeci verdadeiramente e se sinceramente senti o sentimento a que me declaro ter sentido.
Apenas não quero que tu penses que não fui verdadeiro.
Se não te dei o céu com todas as estrelas, foi porque não me foi permitido.
Que outro lhe dê o que eu não pude e, que em teu caminho sobrem apenas as alegrias.
Felicidades...

(P.A.S.C.)

segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

A despedida da infância

O relógio já não funciona há algum tempo.
O tempo passou e não me apercebi.
Antes, a criança que neste corpo morava sabia -
e dos saberes que guardava nada deixou a não ser o ímpeto de descobrir.

Descobrir o que não dever-se-ia ser descoberto:
a tesoura que corta corações,
a cola que remenda os sentimentos...
Arrogância descabida, desmedida, não contida...

Cresceu e partiu este ser incrível...
chegaram as contas pelo correio.
Não ficaram os amigos de antes tão fortes como foram...

O mundo parou.
O sol emudeceu.
As ruas se escureceram.
E na neblina desta jornada apenas ficaram os loucos gritos de simplismo.

Acabou uma fase.
Iniciou outra.
Mas dos gritos agudos e impossíveis
que aos ouvidos penetravam duramente nada pude fazer:
se tornaram grossas palavras, nada sábeis ou sensatas -
mas socialmente aceitas.


Plínio 31/12/2007
dePASC Studio
22:04 h
A despedida de um ano - lembranças de velhas fases...

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Um Fim, Simplesmente

Não há palavras para momentos de tristezas.
Apenas há o doce olhar, meio e sereno.
A lágrima a rolar pelo travesseiro.
E a dor, tão singela e impaciente.

Apenas ficam as pálidas rosas vermelhas sobre a mesa.
O perfume ressequido e tímido destas pétalas que esvaem ao vento.

Não há tormento.
Tudo se acabou.
Apenas isto.

Respiro ofegante em um banho quente.
Já estou nu há horas.
E nem mesmo a campainha ressoando nervosa me retira deste momento eterno.
Sei que se acabou, sei que nem do fraterno amor terei - por menos que me seja coerente.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Ápice

Como uma ave de rapina, ao longe percebe-se que alguém persegue com o olhar o mais belo dos seres que por ventura apenas há de existir nas fantasias.

Não, não é um frênesi pela escrita, tampouco um motivo para deixá-la por ora como devia de ficar pela existência insubordinada e imprevista. Mas apenas uma narrativa suave de algo que se passou por entre meus neurônios em uma sinapse do inconsciente e totalmente indiferente à realidade.
Nego, leitor, para qualquer efeito o uso de entorpecente ou mesmo que não possuo domínio sob minhas faculdades mentais; apenas digo o que gostaria de dizer. Deveras, não poderia deixar de fazê-lo.
Retomando ao fio deste emaranhado nada poético, antes absurdamente louco.
Este ser, de angelicais asas é mitológico. É de um olhar de madrepérola, azulado pela relva ainda verde do gramado.
Este é apenas um ser que nada tem e nada teme. Anda e rasteja como bem entenda, deixando-nos apenas a idéia de que existe. O ser que persegue é um puro e simples animal que leva sua vida com a simples emoção de nada saber e nada compreender.
E no doce instinto do ser alado, ataca sua presa em intermitente gozo. Mastiga-a e a dilacera, afinal era o que planejava.
Que esperavas tu, leitor?
A vida há de continuar, por ora, nesta insana cadeia alimentar.
E dos dentes do ser que outrora espiava, apenas há os traços de carne, impregnados da fome saciada.

sábado, 8 de setembro de 2007

Amor (à moda calmante)

Em meu coração sinto um novo sentimento que me consome...
parece que nada além deste amor me sacia...

Somente teus olhos me guiam,
apenas suas palavras me seguram...
e fico a pensar, o que deveras sou sem seu carinho.
Sem teu abraço - mesmo que distanciado...

Nada sou sem tua existência...
sou um louco por amar tanto:
um amor que não me cabe no peito...
e dilacera toda a mente - num inebriante desejo.

E amar me é um vício...
tão bom que não me digno a liberdade de largá-lo...
Mas o pratico e aumento regularmente as doses...

Doce entorpecente...
me consome... mas tiro-lhe todo o proveito que posso...

E meus olhos exigem mais e mais...
é repetitivo... doído mas excitante...

O amor que me consome é mais que amor: é meu calmante.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Ourives

É estremamente cansativo o trabalho de ourives das palavras.
Talhando a cada ponta e extremidade de modo que fiquem todas não retas, mas arredondadas - sigo meu dia comum em simples circunstâncias e palavras doces.
E vai-se aos poucos, tão pouco caminhando - mas para trás vou deixando as palavras que do passado foram se apossando...

E depois de muito esmero, capricho e testes entrego a grande obra - para que tu nobre leitor, me digas que de nada serve.

E fatigado pelo tempo dedicado a tal façanha, faço da estória já citada a mais estranha dor:

A dor da crítica alheia.