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segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

A despedida da infância

O relógio já não funciona há algum tempo.
O tempo passou e não me apercebi.
Antes, a criança que neste corpo morava sabia -
e dos saberes que guardava nada deixou a não ser o ímpeto de descobrir.

Descobrir o que não dever-se-ia ser descoberto:
a tesoura que corta corações,
a cola que remenda os sentimentos...
Arrogância descabida, desmedida, não contida...

Cresceu e partiu este ser incrível...
chegaram as contas pelo correio.
Não ficaram os amigos de antes tão fortes como foram...

O mundo parou.
O sol emudeceu.
As ruas se escureceram.
E na neblina desta jornada apenas ficaram os loucos gritos de simplismo.

Acabou uma fase.
Iniciou outra.
Mas dos gritos agudos e impossíveis
que aos ouvidos penetravam duramente nada pude fazer:
se tornaram grossas palavras, nada sábeis ou sensatas -
mas socialmente aceitas.


Plínio 31/12/2007
dePASC Studio
22:04 h
A despedida de um ano - lembranças de velhas fases...

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