Confesso que o sono não me atingiu ainda, mas o frio congela meus ossos.
Sinto um frio ditoso, possivelmente vindo de dentro.
A lua está alta no céu, refletindo a luminosidade dos feitos humanos.
Depois de tanta chuva apenas resta os bolores, insaborosos e deselegantes.
Os sujeitos indiferentes repousam sobre sobre seus cansaços.
Gotas caem por entre torneiras mal fechadas.
Assim como a água, esvaem-se vidas mal cuidadas.
A chance de alterar o presente existe.
Supera as expectativas joviais dos investidores na alegria.
A desculpa para além do egoísmo contrói muralhas.
E se o ano não tivesse se principiado há pouco,
poderia jurar que já não conhecia esta cena.
Não repareis nas minhas ditas palavras, afinal, o que poderia dizer um insônio na madrugada?
Sou o sangue. Sou a carne. Sou os ossos. De tudo o que sou, também não deixo de ser o espírito. Sou o que és meu nome. Sou o que dizem que sou. Mas acima de tudo: sou eu mesmo, mesmo que para alguns não pareça. E do cálice transbordante sou apenas o líquido que refresca a insana tarde quente de maresia. Sou da poesia, o poeta. Do canto, a expressão. Da alegria o disseminador. Sou ator e cientista.
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terça-feira, 4 de janeiro de 2011
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Comentários do poeta
Perdoe este humilde poeta, leitor desavisado.
Vivo no drama do mundo, o mal do século é a minha solução.
Eis que faço dos meus - pequeninos, porém enormes - problemas, a razão de todo o meu universo.
Contudo, tenho consciência das razões para não lhes impor ao mundo.
Sofro, como todo poeta, calado em meus dizeres.
Na heteronímia que herdei de Pessoa, vivo situações adversas em personagens que beiram à sandice.
Assim construo meus casos, no acaso da vida.
Na vida das palavras, tal qual arquiteto.
Assim projeto, assim construo e, reservo-me o direito de colocar tudo abaixo.
Não repareis nos meus modos, são impróprios a qualquer cavalheiro.
Sou ébrio, mas de sentimento.
E neste momento, sou apenas mais um solitário.
Dentre as várias janelas desta cidade.
Vivo no drama do mundo, o mal do século é a minha solução.
Eis que faço dos meus - pequeninos, porém enormes - problemas, a razão de todo o meu universo.
Contudo, tenho consciência das razões para não lhes impor ao mundo.
Sofro, como todo poeta, calado em meus dizeres.
Na heteronímia que herdei de Pessoa, vivo situações adversas em personagens que beiram à sandice.
Assim construo meus casos, no acaso da vida.
Na vida das palavras, tal qual arquiteto.
Assim projeto, assim construo e, reservo-me o direito de colocar tudo abaixo.
Não repareis nos meus modos, são impróprios a qualquer cavalheiro.
Sou ébrio, mas de sentimento.
E neste momento, sou apenas mais um solitário.
Dentre as várias janelas desta cidade.
Licença para minhas lágrimas.
Me perdoe leitor, mas não mais poderei conter.
De meus olhos descerão as lágrimas contidas.
Caminharão pela minha face, deliberadamente.
Temo ter que fazê-lo em público, contudo não vejo razões para segurá-las.
Confidencio-te que estas lágrimas tem sido mantidas há tempos.
Mas elas expressam o desejo íntimo de sair, tomar o mundo.
Banhar meu rosto.
E assim construirá o sabor salgado ao alcançar meus lábios.
Será acompanhada por um pausado soluço.
Já vem surgindo, mas alivia.
Não quero mais ignorá-la.
Não mais o farei.
Perdoe-me, mas agora prefiro me resignar a continuidade.
Deixarei que o tempo engula sua razão de existir, que os segundos pareçam décadas.
Com a certeza de que na verdade, em nossas vidas as décadas que são os segundos!
De meus olhos descerão as lágrimas contidas.
Caminharão pela minha face, deliberadamente.
Temo ter que fazê-lo em público, contudo não vejo razões para segurá-las.
Confidencio-te que estas lágrimas tem sido mantidas há tempos.
Mas elas expressam o desejo íntimo de sair, tomar o mundo.
Banhar meu rosto.
E assim construirá o sabor salgado ao alcançar meus lábios.
Será acompanhada por um pausado soluço.
Já vem surgindo, mas alivia.
Não quero mais ignorá-la.
Não mais o farei.
Perdoe-me, mas agora prefiro me resignar a continuidade.
Deixarei que o tempo engula sua razão de existir, que os segundos pareçam décadas.
Com a certeza de que na verdade, em nossas vidas as décadas que são os segundos!
sábado, 11 de dezembro de 2010
Caminhe!
Não tomeis do vinho da vida, sem que percebais o gosto dos sentimentos.
Poderieis fechar os olhos a cada novo amanhacer, contudo optais por arriscar um novo ensaio.
Viver sem envolvimento é um ser sem estar.
Acanhar-se frente aos obstáculos do mundo é não compreender a necessidade das adversidades.
Olheis a criança que espera o sol nascer para que possa novamente brincar, aprender e crescer.
Não contamineis a infância com seus pensamentos falidos.
A vida é um ciclo.
Cada idade tem sim, suas verdades e maravilhas. Mas nada é fixo. Tudo pode ser modificado.
As regras estão escritas, mas não é tabu ignorar algumas.
O grande segredo será sempre aprender com os erros. Construir com os acertos, mas edificar-se pelas tentativas.
A perseverança é o maior motivo de todas as vitórias.
Por isso mesmo, mergulhe o mais fundo que puder. Acredite o quanto for necessário, envolva-se nos abraços da existência.
Afinal, todo o tempo termina em dado instante. As pessoas partem, os sonhos sentem o peso dos anos e, nossas idéias sempre mudam.
Mude, seja também o que é - ainda que em estado amorfo.
Molde uma nova personalidade. Cative. Cultive o bem.
Tudo poderá ser mais fácil, mas o primeiro passo é inevitável.
E então, estarás pronto para a caminhada que mudará sua existência.
Poderieis fechar os olhos a cada novo amanhacer, contudo optais por arriscar um novo ensaio.
Viver sem envolvimento é um ser sem estar.
Acanhar-se frente aos obstáculos do mundo é não compreender a necessidade das adversidades.
Olheis a criança que espera o sol nascer para que possa novamente brincar, aprender e crescer.
Não contamineis a infância com seus pensamentos falidos.
A vida é um ciclo.
Cada idade tem sim, suas verdades e maravilhas. Mas nada é fixo. Tudo pode ser modificado.
As regras estão escritas, mas não é tabu ignorar algumas.
O grande segredo será sempre aprender com os erros. Construir com os acertos, mas edificar-se pelas tentativas.
A perseverança é o maior motivo de todas as vitórias.
Por isso mesmo, mergulhe o mais fundo que puder. Acredite o quanto for necessário, envolva-se nos abraços da existência.
Afinal, todo o tempo termina em dado instante. As pessoas partem, os sonhos sentem o peso dos anos e, nossas idéias sempre mudam.
Mude, seja também o que é - ainda que em estado amorfo.
Molde uma nova personalidade. Cative. Cultive o bem.
Tudo poderá ser mais fácil, mas o primeiro passo é inevitável.
E então, estarás pronto para a caminhada que mudará sua existência.
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Poesia Técnica
Se eu ousasse escrever uma só palavra, seria desaforo.
Pois de almas perturbadas são os desaforos que se pronunciam.
O poetam quando fora do equilíbrio coerente, é apenas técnico.
Mas também pudera, sem a técnica não há poesia.
O sentimento, hoje fico em débito.
Quando chegar a fatura efetuo a paga.
Tem mais valia com sentimento, do que palavras ao seco.
Pois de almas perturbadas são os desaforos que se pronunciam.
O poetam quando fora do equilíbrio coerente, é apenas técnico.
Mas também pudera, sem a técnica não há poesia.
O sentimento, hoje fico em débito.
Quando chegar a fatura efetuo a paga.
Tem mais valia com sentimento, do que palavras ao seco.
Mudanças
Sabe nobre leitor, se eu pudesse mudar o mundo: Não mudaria.
Jamais poderia querer que a mudança promovesse transformações.
Somos frutos de nossos semeios.
Resultados de banhos de sol.
Lapidados pelas tempestades.
Se tudo mudasse pelo momento, em favor da razão irracional humana, de nada adiantaria o processo.
Não se trata de uma função de estado. O interstício faz toda a diferença.
Somos seres de uma vida carnal temporária.
Se tomarmos por referência os dias de nacimento e falecimento do corpo, nada importa.
Não há respostas.
Mas se analisarmos nosso percurso, tudo poderá ganhar um novo sentido.
Assim sendo, jamais terei a presunção de mudar o mundo.
Prefiro que, antes deste egoísmo, o mundo que me mude!
Jamais poderia querer que a mudança promovesse transformações.
Somos frutos de nossos semeios.
Resultados de banhos de sol.
Lapidados pelas tempestades.
Se tudo mudasse pelo momento, em favor da razão irracional humana, de nada adiantaria o processo.
Não se trata de uma função de estado. O interstício faz toda a diferença.
Somos seres de uma vida carnal temporária.
Se tomarmos por referência os dias de nacimento e falecimento do corpo, nada importa.
Não há respostas.
Mas se analisarmos nosso percurso, tudo poderá ganhar um novo sentido.
Assim sendo, jamais terei a presunção de mudar o mundo.
Prefiro que, antes deste egoísmo, o mundo que me mude!
sábado, 27 de novembro de 2010
Poucas Palavras
A quem interessar possa...
Gostaria de escrever das inseguranças, dos receios, do que me oprime.
Das noites mal dormidas, dos pesadelos instáveis.
Dos pensamentos que contruo, dos medos que mantenho.
Gostaria de permitir que as lágrimas me lavassem o rosto, trilhando em minha face o caminho de um riacho puro.
Que uma gota por vez destas lágrimas, ao terminar seu caminho, desaguassem em um jardim para reavivar as flores.
Nem todo mal é mal.
Nem toda bondade tampouco será seu significado.
Se há momentos de tristeza, também o haverão de alegria.
E neste misto, embrulhado sobre a mesa, sobrar-lhe-ão viveres para todos!
Gostaria de escrever das inseguranças, dos receios, do que me oprime.
Das noites mal dormidas, dos pesadelos instáveis.
Dos pensamentos que contruo, dos medos que mantenho.
Gostaria de permitir que as lágrimas me lavassem o rosto, trilhando em minha face o caminho de um riacho puro.
Que uma gota por vez destas lágrimas, ao terminar seu caminho, desaguassem em um jardim para reavivar as flores.
Nem todo mal é mal.
Nem toda bondade tampouco será seu significado.
Se há momentos de tristeza, também o haverão de alegria.
E neste misto, embrulhado sobre a mesa, sobrar-lhe-ão viveres para todos!
Conflitos deste Poeta
Nos últimos dias tenho vivido um conflito de interesses:
Há momentos em que quero muito escrever, infinitamente.
Porém, há momentos em que escrever parece por demais dolorido.
Na não linearidade entre estes pensamentos, apenas assunto.
Paro.
Escuto.
Sinto.
Reparo o mundo.
E então nada acontece.
Há momentos em que quero muito escrever, infinitamente.
Porém, há momentos em que escrever parece por demais dolorido.
Na não linearidade entre estes pensamentos, apenas assunto.
Paro.
Escuto.
Sinto.
Reparo o mundo.
E então nada acontece.
Retrocessos
A humanidade trilha caminhos cuja verdade é incerta,
permeados de insegurança, ladrilhados de receios.
É pelo retrocesso que se avança, pelas ultrapassagens impróprias que se recebe a recompensa.
Não olhamos para frente, mas baseamos nossas escolhas no passado.
Planejamentos não ocorrem, apenas tentativas.
E tantas e audaciosas são, que não chegamos fácil a ponto algum.
É assim, nos retrocessos que se pautam os passos adiante.
Mas o que deveria estar cada vez mais perto, fica cada vez menor no horizonte.
permeados de insegurança, ladrilhados de receios.
É pelo retrocesso que se avança, pelas ultrapassagens impróprias que se recebe a recompensa.
Não olhamos para frente, mas baseamos nossas escolhas no passado.
Planejamentos não ocorrem, apenas tentativas.
E tantas e audaciosas são, que não chegamos fácil a ponto algum.
É assim, nos retrocessos que se pautam os passos adiante.
Mas o que deveria estar cada vez mais perto, fica cada vez menor no horizonte.
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Apenas mais um momento
Foi quase sem querer, tomando-me o fôlego.
O torpor enrubesceu-me a face.
A sensação nítida de que algo diferente acontecia.
Tentei escapar, emiti um leve suspiro.
Mas o olhar era de tocaia, adocicado com o sonho inutilizado que eu tinha.
Foi assim que se abateu sobre mim um ar de insolência, um não querer mais que não quero.
E tal qual o alheio a tudo o que acontece, me senti acrescido de uma importunação redundante.
Mas não há frestas nas janelas.
A escuridão apenas se apresenta.
Os raios de luz do sol de outrora estão afastados de mim.
Já nem mais contarei os dias, pois não vejo suas evidências.
Mecanicamente caminho junto ao inevitável que poderia ter sido freado.
Não sei bem em que misto de sentimentos estou arranjado, tal qual sólido cristalino.
Apenas compreendo que não sei entender o meu momento.
Mas ele também deverá passar, como tudo o que me ocorreu nesta vida.
O torpor enrubesceu-me a face.
A sensação nítida de que algo diferente acontecia.
Tentei escapar, emiti um leve suspiro.
Mas o olhar era de tocaia, adocicado com o sonho inutilizado que eu tinha.
Foi assim que se abateu sobre mim um ar de insolência, um não querer mais que não quero.
E tal qual o alheio a tudo o que acontece, me senti acrescido de uma importunação redundante.
Mas não há frestas nas janelas.
A escuridão apenas se apresenta.
Os raios de luz do sol de outrora estão afastados de mim.
Já nem mais contarei os dias, pois não vejo suas evidências.
Mecanicamente caminho junto ao inevitável que poderia ter sido freado.
Não sei bem em que misto de sentimentos estou arranjado, tal qual sólido cristalino.
Apenas compreendo que não sei entender o meu momento.
Mas ele também deverá passar, como tudo o que me ocorreu nesta vida.
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