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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Licença para minhas lágrimas.

Me perdoe leitor, mas não mais poderei conter.
De meus olhos descerão as lágrimas contidas.
Caminharão pela minha face, deliberadamente.
Temo ter que fazê-lo em público, contudo não vejo razões para segurá-las.
Confidencio-te que estas lágrimas tem sido mantidas há tempos.
Mas elas expressam o desejo íntimo de sair, tomar o mundo.
Banhar meu rosto.
E assim construirá o sabor salgado ao alcançar meus lábios.
Será acompanhada por um pausado soluço.
Já vem surgindo, mas alivia.
Não quero mais ignorá-la.
Não mais o farei.
Perdoe-me, mas agora prefiro me resignar a continuidade.
Deixarei que o tempo engula sua razão de existir, que os segundos pareçam décadas.
Com a certeza de que na verdade, em nossas vidas as décadas que são os segundos!

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