Me perdoe leitor, mas não mais poderei conter.
De meus olhos descerão as lágrimas contidas.
Caminharão pela minha face, deliberadamente.
Temo ter que fazê-lo em público, contudo não vejo razões para segurá-las.
Confidencio-te que estas lágrimas tem sido mantidas há tempos.
Mas elas expressam o desejo íntimo de sair, tomar o mundo.
Banhar meu rosto.
E assim construirá o sabor salgado ao alcançar meus lábios.
Será acompanhada por um pausado soluço.
Já vem surgindo, mas alivia.
Não quero mais ignorá-la.
Não mais o farei.
Perdoe-me, mas agora prefiro me resignar a continuidade.
Deixarei que o tempo engula sua razão de existir, que os segundos pareçam décadas.
Com a certeza de que na verdade, em nossas vidas as décadas que são os segundos!
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