Foi quase sem querer, tomando-me o fôlego.
O torpor enrubesceu-me a face.
A sensação nítida de que algo diferente acontecia.
Tentei escapar, emiti um leve suspiro.
Mas o olhar era de tocaia, adocicado com o sonho inutilizado que eu tinha.
Foi assim que se abateu sobre mim um ar de insolência, um não querer mais que não quero.
E tal qual o alheio a tudo o que acontece, me senti acrescido de uma importunação redundante.
Mas não há frestas nas janelas.
A escuridão apenas se apresenta.
Os raios de luz do sol de outrora estão afastados de mim.
Já nem mais contarei os dias, pois não vejo suas evidências.
Mecanicamente caminho junto ao inevitável que poderia ter sido freado.
Não sei bem em que misto de sentimentos estou arranjado, tal qual sólido cristalino.
Apenas compreendo que não sei entender o meu momento.
Mas ele também deverá passar, como tudo o que me ocorreu nesta vida.
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