Por favor não me obrigue, a escrever quando não quero.
Ou usar de muito esmero, para meu texto enriquecer.
Não sou ourives de palavra, mas externador de sentimentos e se no momento não lhe agrado, sinto nada poder lhe fazer.
Nasci com a escrita solta e, desde bico de pena escrevo sem rumo ou direção.
Se cá coloco minhas palavras, que sirva de leitura e talvez reflexão.
Sou poeta e de nada penso tanto, apenas escrevo e não estou em busca de sugestão.
Se interpretares diferente de mim estas composições, talvez tenhas razão.
Mas a verdade é minha, tal como a autoria desta ficção.
Assim me compete o direito de manter minhas palavras e jamais revelar minha inspiração.
Sou o sangue. Sou a carne. Sou os ossos. De tudo o que sou, também não deixo de ser o espírito. Sou o que és meu nome. Sou o que dizem que sou. Mas acima de tudo: sou eu mesmo, mesmo que para alguns não pareça. E do cálice transbordante sou apenas o líquido que refresca a insana tarde quente de maresia. Sou da poesia, o poeta. Do canto, a expressão. Da alegria o disseminador. Sou ator e cientista.
Encontre
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Gênese
Fez-se luz lá no princípio.
E logo verdejantes se fizeram os montes.
Águas cobraram a vida, conduzindo ao ócio.
Neste ócio nada funcionou e, como castigo veio o trabalho.
Com o ardor das mãos com bolhas, veio a busca de classes dominantes.
Uns fizeram-se melhores e mais poderosos que outros e - então tudo mudou profundamente.
Neste momento não mais existia o bem, mas o menos bem quanto fosse possível.
E aos poucos que foram confiados guiar de volta às origens, também o ócio tornou-se insinuante.
E ao poder renderam vossas vidas.
E do poder tornar-se-iam escravos.
Laçados e levados ao tronco da ironia, tudo ficou extasiante.
De repente nasceu um novo tempo, de onde nada mais poderia ser feito.
A dor e o sofrimento, foram considerados causa e efeito.
De que adiantou planejar e construir, quando as trevas voltariam a vir?
E então vieram as respostas, para quem as pudesse ouvir.
Não é o momento certo, mas caso queiras sabê-la - terá de partir.
A jornada é longa e exaustiva, mas não tenha medo de investir.
Ao final encontrarás - a resposta para nunca mais questionar o que sentir.
E logo verdejantes se fizeram os montes.
Águas cobraram a vida, conduzindo ao ócio.
Neste ócio nada funcionou e, como castigo veio o trabalho.
Com o ardor das mãos com bolhas, veio a busca de classes dominantes.
Uns fizeram-se melhores e mais poderosos que outros e - então tudo mudou profundamente.
Neste momento não mais existia o bem, mas o menos bem quanto fosse possível.
E aos poucos que foram confiados guiar de volta às origens, também o ócio tornou-se insinuante.
E ao poder renderam vossas vidas.
E do poder tornar-se-iam escravos.
Laçados e levados ao tronco da ironia, tudo ficou extasiante.
De repente nasceu um novo tempo, de onde nada mais poderia ser feito.
A dor e o sofrimento, foram considerados causa e efeito.
De que adiantou planejar e construir, quando as trevas voltariam a vir?
E então vieram as respostas, para quem as pudesse ouvir.
Não é o momento certo, mas caso queiras sabê-la - terá de partir.
A jornada é longa e exaustiva, mas não tenha medo de investir.
Ao final encontrarás - a resposta para nunca mais questionar o que sentir.
Desabafo Poético
Não quero saber de gramática.
Odeio concordar - o tudo certinho é irritante e um tanto quanto desnecessário.
Se tu ouvires um diálogo após vivê-lo, julgará que nada está correto.
Quando o deveras correto é fazer-se compreender e ser compreendido.
Gosto mesmo é da literatura, da verdade "in natura" do poeta errante.
Não gosto do certo, ainda que tenha a tendência de seguir tal linha.
Quero ser o rebelde adulto, cuja adolescência foi infame.
Permita-me viver perigosamente com as palavras, antes que também esta riqueza me cobrem.
Não vou rimar, a menos que queira.
Não vou poetizar, a menos que doa.
Não vou sorrir com as palavras, exceto em situações excitantes.
Irei arrancar lágrimas pelos olhos, carregar de nuvens as pupilas e - preencher de espinhos os presentes - para saberes a dor que existe.
Somente quando eu puder e quiser viver diferente, deixarei esta nova fase.
Agravante ou não de meu princípio, como escritor nada posso fazer.
Nascem as frases soltas de meus dedos, a correr por este teclado errante.
Odeio concordar - o tudo certinho é irritante e um tanto quanto desnecessário.
Se tu ouvires um diálogo após vivê-lo, julgará que nada está correto.
Quando o deveras correto é fazer-se compreender e ser compreendido.
Gosto mesmo é da literatura, da verdade "in natura" do poeta errante.
Não gosto do certo, ainda que tenha a tendência de seguir tal linha.
Quero ser o rebelde adulto, cuja adolescência foi infame.
Permita-me viver perigosamente com as palavras, antes que também esta riqueza me cobrem.
Não vou rimar, a menos que queira.
Não vou poetizar, a menos que doa.
Não vou sorrir com as palavras, exceto em situações excitantes.
Irei arrancar lágrimas pelos olhos, carregar de nuvens as pupilas e - preencher de espinhos os presentes - para saberes a dor que existe.
Somente quando eu puder e quiser viver diferente, deixarei esta nova fase.
Agravante ou não de meu princípio, como escritor nada posso fazer.
Nascem as frases soltas de meus dedos, a correr por este teclado errante.
Aviso - minha insensatez
Leitor, se tu pusseres os olhos sobre este blog e perceber que nada tem sentido.
Não te assuste pois, o grande sentido de tudo é a falta de significação.
Não são os sentidos coerentes em si, tampouco a fala verdadeira e completa.
Falam-se coisas sem que se pense nas consequências e sem que se acredite no discurso.
Mas após escrito ou falado, tais mentiras tornam-se fatos e são ressignificados a cada leitura.
Exatamente por isso te rogo, caso minha profussão confusa de pensamentos te atormente - deixe de lado este caminho e tome por outros que julgar mais conveniente.
Perdoe-me a sensatez indigna de vossa atenção - mas convém informar para que se atente.
Não te assuste pois, o grande sentido de tudo é a falta de significação.
Não são os sentidos coerentes em si, tampouco a fala verdadeira e completa.
Falam-se coisas sem que se pense nas consequências e sem que se acredite no discurso.
Mas após escrito ou falado, tais mentiras tornam-se fatos e são ressignificados a cada leitura.
Exatamente por isso te rogo, caso minha profussão confusa de pensamentos te atormente - deixe de lado este caminho e tome por outros que julgar mais conveniente.
Perdoe-me a sensatez indigna de vossa atenção - mas convém informar para que se atente.
Não... Tenha certeza!
Não:
me calarei para teus gritos de lamento,
me sentirei menor se cresceres frente a minha pessoa,
me negarei ao direito de responder-te,
me esconderei do novo e do inseguro,
me deixarei levar pelo medo,
me afetarei com suas palavras malditas.
Pois sou forte como o vento e, tenho receio de que jamais viveria uma inverdade desmedida.
Nem tampouco aceitaria que tua verdade sobrepusesse aos fatos.
Quando acordares de tua insensatez - perceberemos juntos - que, de nada vale os dados adulterados de nossa infância, quando vivemos completamente.
me calarei para teus gritos de lamento,
me sentirei menor se cresceres frente a minha pessoa,
me negarei ao direito de responder-te,
me esconderei do novo e do inseguro,
me deixarei levar pelo medo,
me afetarei com suas palavras malditas.
Pois sou forte como o vento e, tenho receio de que jamais viveria uma inverdade desmedida.
Nem tampouco aceitaria que tua verdade sobrepusesse aos fatos.
Quando acordares de tua insensatez - perceberemos juntos - que, de nada vale os dados adulterados de nossa infância, quando vivemos completamente.
Os últimos raios de luz
Um pequeno feixe de luz tem passado pela janela.
É o anoitecer.
Ele vem, voraz e faminto - tornando o dia escuridão.
Uma nova fração de minha vida está se completando e, sinto que de nada fui útil hoje.
Talvez esteja enganado, porém gostaria de poder fazer mais.
Esta ânsia que tenho de fazer tudo o que não fiz, de viver tudo o que não posso e de conquistar novos horizontes - só demonstra o quão incompleto estou.
Tenho que desapegar daquilo que não me é próprio.
Lançar mão de espinhos velhos e velhas flores.
Mas o orgulho e a vaidade não compreendem esta razão desmedida de irracionalidade.
Seria prudente tal escolha?
Nada saberei responder com olhares presentes.
E se amanhã bater arrependimento?
De nada vale viver de incertezas e, caso venha a ser fato tal sentimento, muito provavelmente é para que eu sofra de saudade.
Ah, saudade.
Como a tenho de várias fases de minha vida.
E de repente me deparo com outra saudade: não do que passou, mas daquilo que se passa.
Saudade de continuar a ver o sol deste dia, que se perderá ao anoitecer.
E o fino raio de luz, este vem diminuindo.
E continuará a decrescer.
Logo dará espaço para o início da treva noturna.
Com a promessa de, pela manhã novamente aparecer.
É o anoitecer.
Ele vem, voraz e faminto - tornando o dia escuridão.
Uma nova fração de minha vida está se completando e, sinto que de nada fui útil hoje.
Talvez esteja enganado, porém gostaria de poder fazer mais.
Esta ânsia que tenho de fazer tudo o que não fiz, de viver tudo o que não posso e de conquistar novos horizontes - só demonstra o quão incompleto estou.
Tenho que desapegar daquilo que não me é próprio.
Lançar mão de espinhos velhos e velhas flores.
Mas o orgulho e a vaidade não compreendem esta razão desmedida de irracionalidade.
Seria prudente tal escolha?
Nada saberei responder com olhares presentes.
E se amanhã bater arrependimento?
De nada vale viver de incertezas e, caso venha a ser fato tal sentimento, muito provavelmente é para que eu sofra de saudade.
Ah, saudade.
Como a tenho de várias fases de minha vida.
E de repente me deparo com outra saudade: não do que passou, mas daquilo que se passa.
Saudade de continuar a ver o sol deste dia, que se perderá ao anoitecer.
E o fino raio de luz, este vem diminuindo.
E continuará a decrescer.
Logo dará espaço para o início da treva noturna.
Com a promessa de, pela manhã novamente aparecer.
Sensações Vespertinas
Às vezes paro e penso.
E quando penso não sei bem a razão da ação, tampouco as consequências.
Mas sinto que se faz necessário rever - reviver, ainda que em pensamento, cada momento.
Se hoje tenho vossa indiferença, já tive bem mais que duras palavras.
Já tive o calor dos teus beijos, desejosos de mim.
Já tive o afago de teu abraço, como que a me proteger.
Disso, pouco resta e - em esporádicas vezes tenho sentido.
O distanciamento se prolonga e, com o passar do tempo - o que era bobo mais incrível se torna menos incrível e mais bobo.
O olhar já não é convidativo.
As palavras já não são sedutoras.
O sol já não mais serve para aquecer e sim, derreter uma fina camada de gelo.
O que já foi verão, hoje tem o tom de outono.
E tenho medo: medo do inverno que está por vir.
Medo de não ter o agasalho para sobreviver à tempestade.
Nada do que foi, novamente voltará a ser.
Talvez volte.
Muito provavelmente não retornará.
Caminhei longos caminhos e, de nada serve pensar que tudo posso se - e somente se - nada de garantia nos aprouver.
E se bato na porta, ouço tua rouca voz em resposta - obrigando-me a partir.
Nada mais importa.
Nem sei mais o que segura estas folhas que persistem ao vento outonal.
Ah, como sinto falta da primavera.
Seu sorriso puramente cheio de flores.
Um perfume sem igual.
De nada me adianta confundir os sentimentos.
De que resolveria reviver tais pensamentos?
O vento deste final de tarde sopra com uma grande onda de ar quente.
Sinto o escurecer como um melancólico adeus.
Talvez este poeta, novamente desta vez, caminhe para a tristeza e dor.
E quando penso não sei bem a razão da ação, tampouco as consequências.
Mas sinto que se faz necessário rever - reviver, ainda que em pensamento, cada momento.
Se hoje tenho vossa indiferença, já tive bem mais que duras palavras.
Já tive o calor dos teus beijos, desejosos de mim.
Já tive o afago de teu abraço, como que a me proteger.
Disso, pouco resta e - em esporádicas vezes tenho sentido.
O distanciamento se prolonga e, com o passar do tempo - o que era bobo mais incrível se torna menos incrível e mais bobo.
O olhar já não é convidativo.
As palavras já não são sedutoras.
O sol já não mais serve para aquecer e sim, derreter uma fina camada de gelo.
O que já foi verão, hoje tem o tom de outono.
E tenho medo: medo do inverno que está por vir.
Medo de não ter o agasalho para sobreviver à tempestade.
Nada do que foi, novamente voltará a ser.
Talvez volte.
Muito provavelmente não retornará.
Caminhei longos caminhos e, de nada serve pensar que tudo posso se - e somente se - nada de garantia nos aprouver.
E se bato na porta, ouço tua rouca voz em resposta - obrigando-me a partir.
Nada mais importa.
Nem sei mais o que segura estas folhas que persistem ao vento outonal.
Ah, como sinto falta da primavera.
Seu sorriso puramente cheio de flores.
Um perfume sem igual.
De nada me adianta confundir os sentimentos.
De que resolveria reviver tais pensamentos?
O vento deste final de tarde sopra com uma grande onda de ar quente.
Sinto o escurecer como um melancólico adeus.
Talvez este poeta, novamente desta vez, caminhe para a tristeza e dor.
domingo, 18 de abril de 2010
Hora Perdida
Horas...
Acabo de peder novamente o a hora.
Mas jamais a encontrei, totalmente lógico - afinal, qual o seu princípio?
Como é sua composição?
O tempo não é matéria, tampouco uma reação...
Mas uma composição de fatos, entrelaçados e finamente costurados ao redor de ilusões.
E se de físico nada tem, por quê perdê-lo não faz bem?
Acabo de peder novamente o a hora.
Mas jamais a encontrei, totalmente lógico - afinal, qual o seu princípio?
Como é sua composição?
O tempo não é matéria, tampouco uma reação...
Mas uma composição de fatos, entrelaçados e finamente costurados ao redor de ilusões.
E se de físico nada tem, por quê perdê-lo não faz bem?
sábado, 17 de abril de 2010
Aceitações
Sabe, eu cansei.
Cansei de antender a porta todos os dias.
Cansei de abrir os olhos todas as manhãs.
E de ver as mesmas falas, ouvir os mesmos gritos. Sentir o mesmo toque, beber dos mesmos sabores.
Mas nada faço em sentido oposto, de nada adianta ouvir o suspiro.
Resignadamente eu aceito, estremeço e recomeço.
Não vale a pena lavar os olhos, tampouco o vale encher a cara.
Não é uma garrafa de água nada doce, que mudará a minha verdade.
Sou inconformadamente conformado e se me calo, tão minha culpa se faz.
Não queria ser incapaz de entender e, de fato jamais o serei.
Mas por aceitar demais o mundo, dele me tornei apenas um número.
E como tal me vejo a subtrair e dividir.
Somente no dia em que aprender a somar e multiplicar, voltarei a não me calar.
Por ora continuo, sobrevivendo de estatísticas, numa página de jornal - sobre a qual dorme um morador de rua - numa seca e fria noite em praça pública.
Cansei de antender a porta todos os dias.
Cansei de abrir os olhos todas as manhãs.
E de ver as mesmas falas, ouvir os mesmos gritos. Sentir o mesmo toque, beber dos mesmos sabores.
Mas nada faço em sentido oposto, de nada adianta ouvir o suspiro.
Resignadamente eu aceito, estremeço e recomeço.
Não vale a pena lavar os olhos, tampouco o vale encher a cara.
Não é uma garrafa de água nada doce, que mudará a minha verdade.
Sou inconformadamente conformado e se me calo, tão minha culpa se faz.
Não queria ser incapaz de entender e, de fato jamais o serei.
Mas por aceitar demais o mundo, dele me tornei apenas um número.
E como tal me vejo a subtrair e dividir.
Somente no dia em que aprender a somar e multiplicar, voltarei a não me calar.
Por ora continuo, sobrevivendo de estatísticas, numa página de jornal - sobre a qual dorme um morador de rua - numa seca e fria noite em praça pública.
O blog
De todos os cantos por onde escrevo,
do sério ao crítico,
do insensato ao coerente,
do miserável ao eloquente,
nenhum deles é de fato
marcado pelo que se sente
como o blog aqui presente...
Se da poesia caísse o orvalho,
menos dolorível seria
varar madrugadas ao baralho
da engenharia deste escrevente...
do sério ao crítico,
do insensato ao coerente,
do miserável ao eloquente,
nenhum deles é de fato
marcado pelo que se sente
como o blog aqui presente...
Se da poesia caísse o orvalho,
menos dolorível seria
varar madrugadas ao baralho
da engenharia deste escrevente...
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