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domingo, 16 de outubro de 2011

Permita-me dizer...

Permita-me, nesta nublada e chorosa noite, invadir seu pensamento com minhas palavras...
Permita-me ocupar o vazio em seu semblante, afagar-lhe o rosto com meu toque.
Não te sintas triste, tampouco se ressinta com meus modos.
Apenas gostaria que estivesse, uma vez mais, a meu lado.
O tempo caminha, a largos e espaçados passos.
Sei que há muito, tempo demais por sinal, nossos caminhos se desencontraram.
Porém, saiba que nem uma noite sequer, passei sem pousar o pensamento em ti.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Perdão duvidoso...

A calmaria da noite zomba das contidas lágrimas que tenho no semblante.
Os passos sôfregos que escuto não são de estranhos a perambular pelas escadarias do condomínio, mas de meu coração inflamado de um sentimento incompreensível.
A amizade, cuja fragilidade lhe era perpétua, rompeu as amarras com a razão.
Não poderei perdoar, ainda que o queira.
Existem traições cuja face da lua apenas faz acentuar.
Ao acordar será um novo momento, mas, até lá procuro nas entrelinhas do edredom o perdido sono...

terça-feira, 23 de agosto de 2011

(in)Existir...

Algumas vezes sinto a vontade de inexistir, pois assim não teria meu presente confinado em tanto por resolver.
Porém, não posso negar que seria uma lástima não partilhar o sorriso com amigos, o carinho com os mais chegados e, principalmente, não poder chorar de tristeza após os tombos da vida.
Não há um só dissabor que não deixe de compensar o vivido.
Tampouco há silêncio que não pronuncie o princípio de uma revolução.
Não será o grito e, tampouco o drama, que mudará o mundo. Mas serei eu, com meus pensamentos obtusos, que deixarei meus sonhos.
Talvez a colheita demore, a semeadura coube a mim, o resto é tudo incerto.
E nestas incertezas e inexatas conversas, este poeta cá vos implora: não deixeis de amar. Não o amor de novela, repleto de paixão arrebatadora, mas o amor de apego à vida, suas particularidades e especificidades.
Apenas quem ama, uma única vez e timidamente certo deste sentimento, compreende o por de sol ao final do dia!

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Resignação Poética

Não olhe nos meus olhos, talvez eu não possa conter as lágrimas.
As feridas que nunca secaram estão sensíveis nos atuais momentos.
Ouço, ao longe, o ranger de portas que tentam ser abertas.
O fantasma do passado recai sobre nossos ombros quando menos esperamos.
Esta noite dormirei com as luzes acessas, tragando a tênue fumaça da existência.
Não mais proferirei este desabafo, resta-me a resignação da existência, alheio ao universo tal qual este me ignora.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Pequenas considerações por beneficio próprio

Não gostaria de saber a razão, tampouco revidaria.
Suas palavras foram embebidas de um ódio, cuja única grande vítima apenas poderá ser a ti mesmo.
Se, conforme disseste, houvesse a presença reconfortante da figura benigna em teu coração, asseguro que não o teria feito.
Não existe uma guerra santa e, de acordo com o que aprendi por toda uma vida, os fins não justificam os meios.
Apenas tenho para seus ouvidos o silêncio, a resignação.
Não poderia enfrentar vossa insolente forma de agressão.
Sei bem que tudo isso não passa de uma maneira circunstancial de conceber as coisas; mas nada fiz (mesmo que seus pensamentos digam adverso).
Não guardarei sentimentos negativos, nestas linhas deixo o único traço de tais sensações.
Desculpe leitor, preenchi de modo sutil vossa leitura, com os desacasos de minha existência.

domingo, 29 de maio de 2011

Como percebo a ausência tua

É confuso dizer, mas sinto que as cores da vida estão mais opacas.
Que os sabores de cada dia estão um tanto quanto mais insossos.
Não sinto o cheiro do orvalho de manhã, como d'antes sentia.
Sua ausência tem preenchido meus pensamentos, forçando minha contrariedade a tudo quanto possa ser feito.
Antes de nosso encontro, sequer notava tal não permanência.
Porém agora, quando deixaste meus pensamentos para apenas o mundo, sinto que é impossível respirar sem compreender que te perdi.

Confissões deste poeta

Nobre leitor, tenho algo a confessar, mas não vá distribuir minhas confissões ao vento!
Estou imerso na penumbra de meus pensamentos.
Nada pior de se ocorrer a um poeta, cujo pensar é tão caótico.
Em tal profusão de sentimentos latentes, mal posso vislumbrar o horizonte que me apresenta.
Assim sendo, vejo tudo nebuloso e escurecido, tal qual retrato envelhecido...
Gostaria de que assim não o fosse, só que não me resta negar.
Porém, não entenda este como um pedido de ajuda: pra ser sincero eu gosto...

domingo, 22 de maio de 2011

Desfecho de um amor

Qual seria o grande erro do poeta?
Amar, tal qual uma criança... sem medir consequências?
Ou seria acreditar que também ele merece ser feliz?
Não posso compreender que - assim despropositadamente - possa perder tua companhia em meus pensamentos.
Ainda que a dor que deveras sinta, seja tal qual a dor de uma estaca cravada em meu tórax, prefiro sentí-la entendendo as razões irracionais de tal circunstância.
Não poderia assim, de tal forma, me ferir mais do que imaginas?
Com vossas palavras distantes, forçaste meus pulsos para um corte infinito.
Escorrem por meus braços o fluído vermelho-vivo, pulsante.
Como dói dissolver um amor, tido por verdadeiro!
Apenas me resta a serenata de uma fria noite, com correntes de ar adentrando em meu quarto...
E as secas e congeladas lágrimas que lubrificaram meus olhos, rasgam minha face como faca imensamente afiada.

Palavras de um poeta apaixonado

Tua timidez não somente encanta, mas consome em mim o desejo de possuir-te em meus braços.
Ao comprimires vossas pálpebras, acende os candeeiros em meu interior: não é possível haver trevas.
Não é por conta do acaso que nos conhecemos, tampouco por razão incomum...
A razão é que ao tocar-lhe os lábios, sentir teu abraço e permitir-me te amar, completo a parte que falta em mim.
Poderia eu, humilde poeta, deixar de viver sem vossa presença?
Sou apenas alguém, cuja razão de existir era incompreensível até te encontrar.
Como quisera que o mundo parasse quando tomamos um ao outro em um sincero beijo.
Apenas fico, cá com as minhas palavras, impossível de descrever o que deveras sinto. O que de fato quero, o que tão pouco compreendo.
Assim o é o amor, que consome agora a minha alma...

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Sinto que seja necessário dizer...

Eu poderia gritar, mas não quero acordar o mundo.
Desejo viver nosso amor longe dos olhos insensíveis da humanidade.
Quando tu retribuístes meus olhares emotivos, com tamanha sinceridade, tão somente acentuou o sentimento que trago já exposto em meus gestos.
Ao encontrar sua boca, levitei por mundos jamais explorados... encontrei sentidos há muitos não despertos!
Afastei-me da realidade, sua ausência me priva de uma órbita precisa.
Tomar-te em meu colo, acariciar teus cabelos e beijar teus lábios foi o melhor presente que pudeste me conceder.
Permitir-me que te ame, é apenas o começo de um felizes para sempre...