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sábado, 27 de novembro de 2010

Poucas Palavras

A quem interessar possa...
Gostaria de escrever das inseguranças, dos receios, do que me oprime.
Das noites mal dormidas, dos pesadelos instáveis.
Dos pensamentos que contruo, dos medos que mantenho.
Gostaria de permitir que as lágrimas me lavassem o rosto, trilhando em minha face o caminho de um riacho puro.
Que uma gota por vez destas lágrimas, ao terminar seu caminho, desaguassem em um jardim para reavivar as flores.
Nem todo mal é mal.
Nem toda bondade tampouco será seu significado.
Se há momentos de tristeza, também o haverão de alegria.
E neste misto, embrulhado sobre a mesa, sobrar-lhe-ão viveres para todos!

Conflitos deste Poeta

Nos últimos dias tenho vivido um conflito de interesses:
Há momentos em que quero muito escrever, infinitamente.
Porém, há momentos em que escrever parece por demais dolorido.
Na não linearidade entre estes pensamentos, apenas assunto.
Paro.
Escuto.
Sinto.
Reparo o mundo.
E então nada acontece.

Retrocessos

A humanidade trilha caminhos cuja verdade é incerta,
permeados de insegurança, ladrilhados de receios.
É pelo retrocesso que se avança, pelas ultrapassagens impróprias que se recebe a recompensa.
Não olhamos para frente, mas baseamos nossas escolhas no passado.
Planejamentos não ocorrem, apenas tentativas.
E tantas e audaciosas são, que não chegamos fácil a ponto algum.
É assim, nos retrocessos que se pautam os passos adiante.
Mas o que deveria estar cada vez mais perto, fica cada vez menor no horizonte.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Apenas mais um momento

Foi quase sem querer, tomando-me o fôlego.
O torpor enrubesceu-me a face.
A sensação nítida de que algo diferente acontecia.
Tentei escapar, emiti um leve suspiro.
Mas o olhar era de tocaia, adocicado com o sonho inutilizado que eu tinha.
Foi assim que se abateu sobre mim um ar de insolência, um não querer mais que não quero.
E tal qual o alheio a tudo o que acontece, me senti acrescido de uma importunação redundante.
Mas não há frestas nas janelas.
A escuridão apenas se apresenta.
Os raios de luz do sol de outrora estão afastados de mim.
Já nem mais contarei os dias, pois não vejo suas evidências.
Mecanicamente caminho junto ao inevitável que poderia ter sido freado.
Não sei bem em que misto de sentimentos estou arranjado, tal qual sólido cristalino.
Apenas compreendo que não sei entender o meu momento.
Mas ele também deverá passar, como tudo o que me ocorreu nesta vida.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Aguardando...

Certamente foi pelos teus olhos que me permiti cativar.
Ou talvez tenha sido pela tua maneira única e inevitável.
Mas estou assim: a pensar em ti.
A olhar para ti e, percebo seu sorriso envolvente.
Mas é claro que temos apreensões.
As coisas acontecem, simplesmente.
Às vezes muito rápido. De repente morosamente.
Isso não importa:
Simplesmente sucedem-se as consequências.
Acho que prefiro esperar as que nos impliquem!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Os sons lá de fora.

Permita que eu saia pelas ruas, tão somente envolvido por um fino pano.
Ouvindo o som ao redor do mundo.
Sentindo cada oscilação, vibrando!
E que eu conheça os rotulados como escória,
mas que os conheça além do que aparentam.
Apenas deixe...
E talvez eu jamais volte.
E talvez não mais eu escute o silêncio.
Pois lá fora há uma infinidade de sons,
escuros, sombrios, obtusos: a descobrirmos.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Como?

Como eu poderia, deixar de tentar compreender o horizonte?
Recusar o perfume das rosas,
Outorgar ordem ao imprudente,
Ou, simplesmente ignorar o insurgente?
Jamais soube. Também pudera, não quis saber.
Não me furtarei ao direito de ter, cá junto ao peito,
a vontade de ver a vida, de fazer a vida,
de construir suas penetrações!
E transpassado pelo vento forte, sindo chegado o momento.
Doem os nervos.
Corroem os intentos.
E apenas a maresia consolida a sensação.
Tomarei as letras em meu bolso, para comprar as palavras!
Farei das palavras minha ponte, meu porto, meu segredo constante!
E nelas edificarei as intenções de amante!

Apenas

Ainda posso sentir, o ruído de sua respiração.
Ouço aquela lágrima debruçar-se por sobre meu ombro.
Tudo tem o doce semblante do final de uma história.
Mas também constam-lhe os azedos e dissabores de um novo princípio.
Leia as páginas de vossa história: insista!
Te adeques à estilística do destino.
Perdas sempre tem gosto de fruta passada, mas em seu fel chegam os recomeços!
Vós que sentis a dor, também perceberão o amor, quando este surgir no horizonte.
Não me prolongarei.
Não sei o que dizer.
Apenas digo.
Apenas insisto.
Apenas.
E simplesmente apenas, termino estas palavras...
Apenas...

Palavras de paixão

Permita-me olhar fundo em teus olhos.
Penetrar vossa carne e firmar morada em teu coração.
Conceda-me a oportunidade de sugar vosso ar.
Alimentar vossas esperanças.
Acreditar que o mundo realmente não tem importância.
Apenas te aquiete, não resista!
Deixai que eu te mostrarei o caminho.
Pedi e te darei o meu melhor: com borda de chocolate!
Diga, que ouvirei atenciosamente.
Entenda que não sou este saco de pelo e osso,
mas uma alma translúcida de paixão.
E assim seremos, tal qual em conto de fadas,
felizes até um novo recomeço!

domingo, 10 de outubro de 2010

Encontros e Procura

Não procuro, pois temo encontrar.
Eu encontro, ainda que temendo procurar.
Acasos e descasos da vida longa!
Como eternos que somos, não será neste templo que encontraremos todas as respostas.
Antes assim, afinal!

Deixemos a chuva lavar nosso caminho.
Abrigarei-me sob a tenda a me esconder das gotículas finas e gélidas.