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domingo, 25 de julho de 2010

O tempo vai tecendo uma teia, com nós certos e planejados.
Mas nossos olhos não compreendem a razão das causas.
Nossos sonhos não contemplam a verdade além da vida.
E além da vida há muito que não entendemos.
Há a ignorância material, que nos impede o acesso ao outro lado.
E do outro lado, há muito além de nossas expectativas.
Há, sempre que pensares em conforto, razões.
E por mais repetitivo que estas palavras pareçam, o verbo é exatemente este: Há.

sábado, 10 de julho de 2010

Desvendando o Poeta

A alma do poeta é inconstante...
Incoerentemente insensata!
Impossível compreender seus pensamentos.
Ler seus desejos, entender suas razões.
O poeta é duvidoso, de tantos pensares que lhe pesam no ombro.
Seus caminhos não são certos, mas obtusos.
Seus ladrilhos são rejuntados de trilhas e trilhas de entusiasmo.
E nas curvas para onde convergem seus sentimentos, há muitas mudanças.
Seus desejos não são simples, tampouco suas habilidades.
Se ora lhe parece ser plausível seguir destino, em instantes ele armará acampamento.
O poeta não chora, por ser homem.
Mas de suas pupilas saem o líquido do sentimento, nutrido pela vã esperança do amanhã.
E se o poeta não acreditar no amor, ele fenecerá.
Cairá às quadras do pasto seco.
Mas se acreditar, pode viver toda uma vida de mentiras, fantasias e do inusitado.
Ah, o poeta...
Ele é o que lhe são as palavras.
Mas quando ele já nada mais for, suas palavras lhe manterão!

domingo, 4 de julho de 2010

Filosofia Repentina

E se as palavras não fossem palavras?
Se apenas de sentimento se fizesse o mundo?
Tudo não passa de sonhos vivenciados no silêncio do momento.
Nem precisas entender o disparate, olheis para o horizonte expressivo.
Há coisas para fazer, dizer, ouvir.
Fará falta para sua madureza.
Não estranheis os sonhos estáticos, mas o fato de ninguém falar deles.

Personas

Não adentreis pelo saguão central.
Espereis que as donzelas da corte limpem o chão.
A limpeza talvez leve algumas vidas, mas apenas assim poderemos desfrutar de nossa insensatez.
Não espereis destes inergúmenos nada além da ignorância.
Respire o ar, tem feito frio nas últimas noites.
Sinto as gotículas nojentas do odor fétido proveniente dos estábulos.
O tempo voa para aqueles que tecem os acontecimentos, se me permite o comentário.
Não olheis agora, mas o poeta eternizou nossa conversa.
Nada além de frases soltas, desconexas.
Mas que um leitor entenderá como um brinde a não lucidez do eu-lírico sorridente.
Abra a mente, caro amigo, somos apenas marionetes de uma perturbada mente, soluçando de ébria no tempo presente!

Não ignoreis a verdade...

Não ouses prostituir teus sonhos.
Nem recortar a foto do tempo.
A única riqueza que deveras terás em toda a eternidade, será aquela que desconheceis seguramente.
Há coisas que sabeis, mas não deves recordar.
Assim como há recordações que tens, mas preferes ignorar.
A validade do tempo é a validade dos atos.
Mas nada pode mudar os fatos inconsistentes:
Eles não fazem sentido, mas tem toda a razão existente.

Paisagem Vazia

Já podeis observar o inobservável.
Não há colinas.
Não há arco-íris.
Tampouco haverá chuva.
Sem tons de cinza no horizonte.
Nem espere que vejas uma janela.
Não há portas.
Exise apenas o vazio, o inexistente.
O inexorável vento que dizina os sonhos humanos.

Maneiras...

A verdade é insignificante perante a vida.
A mentira é o DNA da espécie humana.
São tantas situações as quais ignoramos, que a mentira apenas nos ignora verdadeiramente.
Existem várias formas de se entender o mundo, mas ambas se fazem por duas saídas: a verdadeira e a equivocada.
Seríamos seguidores de uma verdade deturpada?

Tempos verbais

Numa solitária tarde de domingo, enquanto ouço o som do ventilador, sinto que na verdade nada tenho além do presente.
O passado já me foi tirado. Não faço caso de mantê-lo à mente por todo o tempo.
O futuro, em suas incertas linhas temporais, nada me assegura ou garante.
Mas o presente é ingrato, está passando.
Ele corre como o tempo, nos dias em que queremos viver situações eterenamente.
E como o carrasco das tristezas, ele se prolonga nos não tão alegres dias.
E nada como a lágrima a banhar a face, para conotar tal duração.
Presente ingrato, que já quando tu leres estas palavras - nada mais será para mim.
Passado ousado, cujo momento eternizei nestas palavras...
Futuro incomum, que lhe fez em seu atual presente, esbarrar nesta reflexão confusa.

Caminhos

Tenho certeza que o passado não é algo que possa ser mudado.
Tampouco esquecido.
Não adianta criar uma verdade que não tenha sido próxima.
Tampouco enterrar os erros do passado.
Tudo o que existiu, está impregnado em nossa consciência.
Mas nem por isso os erros devem ditar as novas deciões.
A vida carnal é por demais curta, para que seja vivida em cima de fatos que se passaram.
A cada saída na rodovia, sempre existe uma chance de voltar para um ponto ou ir para outro.
Os caminhos não são lineares - mas nem por isso não somos responsáveis por aqueles que tomamos.