Não precisarei me infiltrar por debaixo da mesa.
Tampouco me esconder nos cantos: com o correr dos anos, aprendi a ser transparente.
Assim sendo, por mais que grite, me exalte e gesticule... não serei notado.
Sou o sangue. Sou a carne. Sou os ossos. De tudo o que sou, também não deixo de ser o espírito. Sou o que és meu nome. Sou o que dizem que sou. Mas acima de tudo: sou eu mesmo, mesmo que para alguns não pareça. E do cálice transbordante sou apenas o líquido que refresca a insana tarde quente de maresia. Sou da poesia, o poeta. Do canto, a expressão. Da alegria o disseminador. Sou ator e cientista.
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