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sábado, 14 de agosto de 2010

"Pós"

Não desnudarei a doce pele do amor.
Mas também ele um dia envelhecerá: seus tecidos estarão enrugados, envolvidos com a idade que me pesar.
Se talvez, por obra do inconstante tempo de viver, os olhos me fechar:
Entenderei que meu tempo se esgotou, mas não poderei simplesmente aceitar.
Como entender que não há além?
Que não há aquém, para o que ou para quem?
Seríamos o reunido pó, que ao pó voltará? Tão simples assim?
Se assim o fosse, nada demais haveria em nada fazer ou por nada lutar.
Mas se não buscarmos o pão de cada dia, a luz de cada manhã, o cheiro do orvalho ou o brilho dos olhares... ah, se não o fosse assim!
Ainda que eu entendesse os sopros divinos, jamais poderia deixar de aceitar.
Aceitar que há sim o mais um pouco.
Um pouco de mais e mais...
Olhe adiante, perceba que somos apenas parte do pó. Mas que depois do pó, seremos o fermento!

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