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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Devaneios de Cruzamento

Se faz crescente, na pequena alma do poeta, a vontade do vir a ser.
Ser aquele que faz a diferença, ou que traga a diferença.
Ser dos poucos que veem no horizonte as razões para seguir em frente.
Ser apenas. No sentido de existir.
E acertar, acertar e acertar - mil vezes e sem razões aparentes.
E se o caminho estiver inconcluso? Obtuso, entusiasto... fantástico que somente ele poderia estar?
Não há motivos para lágrimas, rebuliços ou intempestividades.
Caso não haja caminho possível, impossível não o será.
E basta seguir enveredado na serenidade pós-humana, que tudo ao fim termina pronto.
O frenético ponteiro do tempo passado já não mais move as fases da lua.
Crua como a carne exposta no entrecortado fio de luz.
Goteja como o orvalho o sangue escurecido, pelo ferro que lhe representa o íon presente.
Aparentemente, o tempo e a vida são apenas o que são. Mas nada é apenas o que aparenta ser. Nem jamais será.
Que alívio.

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