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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Do outro lado

Apenas espio a fresta da porta.
Nada há do outro lado.
Nem luz.
Tampouco trevas.
Apenas há o que deveras teria que haver: aquilo que há do outro lado da porta.
Tens a chave?
Não encontro a minha cópia de outrora.
Acho que trocaram o segredo. Se o fizeram de nada adianta procurá-la.

Mas ainda quero ultrapassar esta porta.
Acho que tem algo do outro lado.
Mas e se de tudo o que eu não quiser, houver lá?
Talvez tenha. Ou não...
Apenas sei que não quero ultrapassar a porta, não agora.

Sentarei em um rústico banco do outro lado deste corredor e aguardarei.
Afinal, nada terei a fazer do que imaginar o que tens...
do outro lado.

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