Esperem.
Há um ruído diverso ao de um segundo atrás.
Ele é bem suave.
Parece bastante baixo.
Não consigo discerní-lo do silencio contínuo.
Mas cá está ele.
Curioso, ele persiste.
...
Ainda persiste.
...
Há um ruído.
...
Não sei que ruído seria...
...
....
.....
......
Ignoreis este ruído incessante.
Tomarei um prato de sopa.
Sou o sangue. Sou a carne. Sou os ossos. De tudo o que sou, também não deixo de ser o espírito. Sou o que és meu nome. Sou o que dizem que sou. Mas acima de tudo: sou eu mesmo, mesmo que para alguns não pareça. E do cálice transbordante sou apenas o líquido que refresca a insana tarde quente de maresia. Sou da poesia, o poeta. Do canto, a expressão. Da alegria o disseminador. Sou ator e cientista.
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segunda-feira, 31 de maio de 2010
Do outro lado
Apenas espio a fresta da porta.
Nada há do outro lado.
Nem luz.
Tampouco trevas.
Apenas há o que deveras teria que haver: aquilo que há do outro lado da porta.
Tens a chave?
Não encontro a minha cópia de outrora.
Acho que trocaram o segredo. Se o fizeram de nada adianta procurá-la.
Mas ainda quero ultrapassar esta porta.
Acho que tem algo do outro lado.
Mas e se de tudo o que eu não quiser, houver lá?
Talvez tenha. Ou não...
Apenas sei que não quero ultrapassar a porta, não agora.
Sentarei em um rústico banco do outro lado deste corredor e aguardarei.
Afinal, nada terei a fazer do que imaginar o que tens...
do outro lado.
Nada há do outro lado.
Nem luz.
Tampouco trevas.
Apenas há o que deveras teria que haver: aquilo que há do outro lado da porta.
Tens a chave?
Não encontro a minha cópia de outrora.
Acho que trocaram o segredo. Se o fizeram de nada adianta procurá-la.
Mas ainda quero ultrapassar esta porta.
Acho que tem algo do outro lado.
Mas e se de tudo o que eu não quiser, houver lá?
Talvez tenha. Ou não...
Apenas sei que não quero ultrapassar a porta, não agora.
Sentarei em um rústico banco do outro lado deste corredor e aguardarei.
Afinal, nada terei a fazer do que imaginar o que tens...
do outro lado.
Olhai os Lírios do Campo
Como me perturba a perturbação do mundo.
Queria apenas entender as dores e chagas desta bola suspensa no universo.
Somos tão ínfimos, na casca inútil da superfície.
Proporcionalmente, este pequeno universo interior em cada um de nós não tem representatividade.
E, ainda assim, faz-se corriqueiras tempestades todo o tempo.
Ah, se Érico Veríssimo lhe dissesse para que olhasse os lírios do campo, que farias tu?
Tais como eles, assim o somos. Apenas uma paisagem passageira.
Plantemos boas ações, para que estas sejam nossas germinadas semestes.
Queria apenas entender as dores e chagas desta bola suspensa no universo.
Somos tão ínfimos, na casca inútil da superfície.
Proporcionalmente, este pequeno universo interior em cada um de nós não tem representatividade.
E, ainda assim, faz-se corriqueiras tempestades todo o tempo.
Ah, se Érico Veríssimo lhe dissesse para que olhasse os lírios do campo, que farias tu?
Tais como eles, assim o somos. Apenas uma paisagem passageira.
Plantemos boas ações, para que estas sejam nossas germinadas semestes.
Flores para fases da vida
Não escolhas minhas flores, para a data que não está marcada.
Escolhei as rosas vermelhas, para meus amores proeminentes.
Comprai rosas brancas, a fim de celebrar minha paixão atual.
O amor, se tu quiseres um conselho, é como a língua portuguesa - complexa, mal falada e compreendida.
Nossos verbos complexos dispensam a pessoa. Mas nossa língua oral faz-la toda deturbada.
Ainda que eu seja varão, entenderei vossas rosas como um elogio.
Só não compreis crisântemo. Podeis escolher as azaléas.
Fazei um jardim, que lhe contemplarei com o prazer de minha visita.
Ande logo, não penses mais no caso.
Te perdoo as insanas paisagens mentais que me dedicaste.
Tudo a seu tempo, que nada vale mais do que o presente momento.
Aos que estão destacados de relações, se encaixem nos pontos abertos do quebra-cabeça da vida.
Não olheis para outro lado que não para vossas necessidades. A vida dos outros pode esperar por estes próprios.
Voltemos à escolha das flores, estas sim lhes serão indispensáveis!
Escolhei as rosas vermelhas, para meus amores proeminentes.
Comprai rosas brancas, a fim de celebrar minha paixão atual.
O amor, se tu quiseres um conselho, é como a língua portuguesa - complexa, mal falada e compreendida.
Nossos verbos complexos dispensam a pessoa. Mas nossa língua oral faz-la toda deturbada.
Ainda que eu seja varão, entenderei vossas rosas como um elogio.
Só não compreis crisântemo. Podeis escolher as azaléas.
Fazei um jardim, que lhe contemplarei com o prazer de minha visita.
Ande logo, não penses mais no caso.
Te perdoo as insanas paisagens mentais que me dedicaste.
Tudo a seu tempo, que nada vale mais do que o presente momento.
Aos que estão destacados de relações, se encaixem nos pontos abertos do quebra-cabeça da vida.
Não olheis para outro lado que não para vossas necessidades. A vida dos outros pode esperar por estes próprios.
Voltemos à escolha das flores, estas sim lhes serão indispensáveis!
Quando a loucura vier
Não me olheis com vossos olhos, inquisidores que só teus.
Entendeis que nada posso fazer para mudar o acaso.
Falais que nada fiz, porém não refletis sobre tais acontecimentos.
O sol se pôs um dia mais e, assim o fará por muitos dias que o virão.
Mas certo dia, ao anoitecer - aos poucos olhos que perceberão - haverá uma sutil diferença.
Será minha razão, dissipando no horizonte.
Neste dia tenha certeza, terei enlouquecido finalmente.
Até lá, não me questione ou julgue. Até porque ainda me resta a lucidez.
Entendeis que nada posso fazer para mudar o acaso.
Falais que nada fiz, porém não refletis sobre tais acontecimentos.
O sol se pôs um dia mais e, assim o fará por muitos dias que o virão.
Mas certo dia, ao anoitecer - aos poucos olhos que perceberão - haverá uma sutil diferença.
Será minha razão, dissipando no horizonte.
Neste dia tenha certeza, terei enlouquecido finalmente.
Até lá, não me questione ou julgue. Até porque ainda me resta a lucidez.
Um mais Desabafo Poético
Não sei se deveras tenho o poder de entender:
As razões inapropriadas do destino, ou ainda os desejos inviáveis da existência.
As dúvidas envolvem aos homens.
Não hoje, mas há séculos se o faz assim.
Tenho sim receios, de que por ventura eu não possa fazer o que vim executar.
Afinal, por qual razão aqui estaria?
Não consigo deixar de pensar sobre razões, justificativas.
A poesia, como obra inacabada de minha existência, apenas reafirma minha atual fala.
Não sou prosista, contista ou outro gênero-autor ambulante.
Sou poeta, dos mais rústicos e inacabados em vida.
Não escrevo da carne, mas das idéias.
Não regurgito a verdade proeminente, mas os pensamentos contidos.
Se tu pudesses me calaria os dedos, leitor?
Talvez mesmo eu o fizesse - tão somente para não mais proferir heresias.
As razões inapropriadas do destino, ou ainda os desejos inviáveis da existência.
As dúvidas envolvem aos homens.
Não hoje, mas há séculos se o faz assim.
Tenho sim receios, de que por ventura eu não possa fazer o que vim executar.
Afinal, por qual razão aqui estaria?
Não consigo deixar de pensar sobre razões, justificativas.
A poesia, como obra inacabada de minha existência, apenas reafirma minha atual fala.
Não sou prosista, contista ou outro gênero-autor ambulante.
Sou poeta, dos mais rústicos e inacabados em vida.
Não escrevo da carne, mas das idéias.
Não regurgito a verdade proeminente, mas os pensamentos contidos.
Se tu pudesses me calaria os dedos, leitor?
Talvez mesmo eu o fizesse - tão somente para não mais proferir heresias.
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Comentários desta página...
Caminhei por caminhos tortuosos.
Me perdi e encontrei novas alternativas.
Deixei o óbvio e justo momento,
Acrescentei ao incerto as certezas e razões.
Não pensei em como seria, o que faria ou como conseguiria.
Apenas não deixei a letargia dominar a situação.
Fui inconveniente, insistente e exigente demais.
Mas tudo passou.
Um novo dia se foi.
E tudo apenas preencheu uma única página do livro de minha existência.
Me perdi e encontrei novas alternativas.
Deixei o óbvio e justo momento,
Acrescentei ao incerto as certezas e razões.
Não pensei em como seria, o que faria ou como conseguiria.
Apenas não deixei a letargia dominar a situação.
Fui inconveniente, insistente e exigente demais.
Mas tudo passou.
Um novo dia se foi.
E tudo apenas preencheu uma única página do livro de minha existência.
domingo, 2 de maio de 2010
Construindo minha desconstrução
Bate, quebra, agita.
Constrói para depois descontruir.
Segrega, cimenta e ajusta.
Basta de construções, meu senhor!
Tu não sabe que a noite é feita
aos que nela necessitam amar, dormir ou refletir?
Tal qual vosso estremecedor ruído noturno,
também meu sono pretente ganhar a noite.
Mas ambos juntos não combinam,
nem mesmo com o baixo e compassado ritmo que sugeres.
Reformas noturnas em demasia,
deveriam era ser proibidas.
Mas se quiseres continuar, continue...
dia e noite, noite e dia...
Que dormirei em paz, fechando o vitral
e puxando o edredon por sobre a cabeça, não sadia...
de tanto sono perdido aos ruídos...
Constrói para depois descontruir.
Segrega, cimenta e ajusta.
Basta de construções, meu senhor!
Tu não sabe que a noite é feita
aos que nela necessitam amar, dormir ou refletir?
Tal qual vosso estremecedor ruído noturno,
também meu sono pretente ganhar a noite.
Mas ambos juntos não combinam,
nem mesmo com o baixo e compassado ritmo que sugeres.
Reformas noturnas em demasia,
deveriam era ser proibidas.
Mas se quiseres continuar, continue...
dia e noite, noite e dia...
Que dormirei em paz, fechando o vitral
e puxando o edredon por sobre a cabeça, não sadia...
de tanto sono perdido aos ruídos...
Remédio...
Existem pessoas que a presunção,
terrorismo e exibicionismo tecem o caráter de tal forma
que, a essência da pessoa fica bem ao miolo.
Tal qual o abacate, cheio de massa ao redor do que realmente importa
para que dê frutos.
Tais pessoas vivem em jogo de poder,
construindo a desconstrução do mundo.
Mas para estas pessoas, temos o remédio:
caro leitor, não te desesperes.
O maior remédio para a ignorância,
como não haveria de outro ser,
é um banho de água fria!
terrorismo e exibicionismo tecem o caráter de tal forma
que, a essência da pessoa fica bem ao miolo.
Tal qual o abacate, cheio de massa ao redor do que realmente importa
para que dê frutos.
Tais pessoas vivem em jogo de poder,
construindo a desconstrução do mundo.
Mas para estas pessoas, temos o remédio:
caro leitor, não te desesperes.
O maior remédio para a ignorância,
como não haveria de outro ser,
é um banho de água fria!
sábado, 1 de maio de 2010
Questionamento das Idéias
Feche os olhos por um instante.
Escute as aflições que existe em você.
Continue com os olhos fechados.
Viva intensamente este instante.
Respire o ar novo.
Expire o ar que já circulou pelo teu corpo.
Abre os olhos e reflita: em segundos você mudou tudo dentro de você.
Por quê resistir a mudar os teus pensamentos?
Escute as aflições que existe em você.
Continue com os olhos fechados.
Viva intensamente este instante.
Respire o ar novo.
Expire o ar que já circulou pelo teu corpo.
Abre os olhos e reflita: em segundos você mudou tudo dentro de você.
Por quê resistir a mudar os teus pensamentos?
Conselho aos desavisados
Se tu quiseres mudar o mundo, não espere.
Caso queira transformá-lo, jamais pare.
Porém, se quiseres permitir que ele cresça - não interfira.
As pessoas não mudam por conselhos,
não transformam-se em borboletas de um dia para o outro.
As pessoas aprendem pelos próprios erros,
esquecem pelo tempo,
cometem os mesmos erros e,
um dia tudo muda.
Muda porque mudam-se as posturas.
Entendem o que sempre souberam, mas que -
por culpa da ignorância tardia,
sempre fingiram não compreender.
Por isso é importante trabalhar pelo mundo.
Mas interferir não é conveniente - só o tempo promove revoluções.
Caso queira transformá-lo, jamais pare.
Porém, se quiseres permitir que ele cresça - não interfira.
As pessoas não mudam por conselhos,
não transformam-se em borboletas de um dia para o outro.
As pessoas aprendem pelos próprios erros,
esquecem pelo tempo,
cometem os mesmos erros e,
um dia tudo muda.
Muda porque mudam-se as posturas.
Entendem o que sempre souberam, mas que -
por culpa da ignorância tardia,
sempre fingiram não compreender.
Por isso é importante trabalhar pelo mundo.
Mas interferir não é conveniente - só o tempo promove revoluções.
Nostalgia Construcionista
Ainda há pouco constatei, que péssimo poeta sou.
Como posso falar de amores, dos quais não aprecio?
Como posso lidar com as dores,
se delas não quero a parcela.
Não te enganeis, leitor avulso de minhas paixões intermitentes.
Sou frívolo, inconsistente.
Amo, como deveras teria de o ser.
Mas amo às avessas. Amo aos reveses,
costurando tortuosamente os encantos.
Não amo comum, como pirulito de chocolate no jardim da infância.
Sou mais o suculento lanche noturno, evasivo
após assaltar a geladeira.
Ah, como queria que o arroz arremessado sobre cabeças fizesse um dia parte de minha sina.
De que vale o sim ao falso beato?
Vale tal qual o sonho - que de fato me esvai insolente.
Estou doente, sabe?
Sinto que de tudo o que propus um dia, nada permanece.
Sinto que - tal qual o desenlace dos últimos dias - tudo irá mudar.
E fenecerão todos os dias, pela dor latente.
Latente tal qual o crepúsculo do amanhecer.
Como quisera, poder ouvir o som do vento uma vez mais.
Também pudera, não sou nada além de um eu-lírico dopado.
Dopado de angústias.
Ensopado de lágrimas.
O tempo passa e percebo que nada pode ser previsto,
revisto, reescrito.
Nada pode ser planejado - pois tudo pode acontecer.
De que valem os anos, se em dias tudo pode desaparecer?
Quisera deixar de exprimir meias verdades a cada instante.
Não me suplique a mentira - pois também não conseguirei reescrever a verdade.
Piedade? Não terei, pois também não terão para comigo os instantes...
Apenas sei que, nostálgico ou não:
o amanhã ainda existirá.
E, se por ventura em um deles eu já não mais confirmar minha presença.
Também a ausência não se sentirá...
Como posso falar de amores, dos quais não aprecio?
Como posso lidar com as dores,
se delas não quero a parcela.
Não te enganeis, leitor avulso de minhas paixões intermitentes.
Sou frívolo, inconsistente.
Amo, como deveras teria de o ser.
Mas amo às avessas. Amo aos reveses,
costurando tortuosamente os encantos.
Não amo comum, como pirulito de chocolate no jardim da infância.
Sou mais o suculento lanche noturno, evasivo
após assaltar a geladeira.
Ah, como queria que o arroz arremessado sobre cabeças fizesse um dia parte de minha sina.
De que vale o sim ao falso beato?
Vale tal qual o sonho - que de fato me esvai insolente.
Estou doente, sabe?
Sinto que de tudo o que propus um dia, nada permanece.
Sinto que - tal qual o desenlace dos últimos dias - tudo irá mudar.
E fenecerão todos os dias, pela dor latente.
Latente tal qual o crepúsculo do amanhecer.
Como quisera, poder ouvir o som do vento uma vez mais.
Também pudera, não sou nada além de um eu-lírico dopado.
Dopado de angústias.
Ensopado de lágrimas.
O tempo passa e percebo que nada pode ser previsto,
revisto, reescrito.
Nada pode ser planejado - pois tudo pode acontecer.
De que valem os anos, se em dias tudo pode desaparecer?
Quisera deixar de exprimir meias verdades a cada instante.
Não me suplique a mentira - pois também não conseguirei reescrever a verdade.
Piedade? Não terei, pois também não terão para comigo os instantes...
Apenas sei que, nostálgico ou não:
o amanhã ainda existirá.
E, se por ventura em um deles eu já não mais confirmar minha presença.
Também a ausência não se sentirá...
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