.:: Forte das Palavras ::.
Sou o sangue. Sou a carne. Sou os ossos. De tudo o que sou, também não deixo de ser o espírito. Sou o que és meu nome. Sou o que dizem que sou. Mas acima de tudo: sou eu mesmo, mesmo que para alguns não pareça. E do cálice transbordante sou apenas o líquido que refresca a insana tarde quente de maresia. Sou da poesia, o poeta. Do canto, a expressão. Da alegria o disseminador. Sou ator e cientista.
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segunda-feira, 18 de dezembro de 2023
Condicionais e escolhas: apenas viva…
Sentidos
Quais seriam os sentidos?
Quais poderiam ser os propósitos?
Talvez eu jamais responda a tais questionamentos…
Há tanto que ainda não experimentei dessa vida,
E tanto que jamais deveria ter provado.
Não vejo sentidos. Só vejo sentimentos.
E, como sempre, um vazio fundo que dói na alma.
Tão profundamente, que apenas o barulho externo permite que eu finja esquecer.
Mas amanhã é um novo dia, que será seguido por outro, outro e mais outro.
Até que, então, haverá o fatídico dia em que não terá outro… ao menos não para esse poeta.
quarta-feira, 26 de julho de 2023
Está tudo tão quieto aqui dentro
É noite. Não uma noite qualquer.
Meus olhos não estão fechados e ouço o barulho lá de fora.
Mas não é esse barulho que me incomoda...
É o silêncio interno, frente a toda a maldade externa, que está me causando estranheza.
Talvez eu tenha amadurecido, forçadamente, nos últimos meses.
Ou, talvez, eu apenas tenha entendido que eu posso fazer algo para me tornar mais gentil, menos malediscente, mais paciente.
Mas não posso pedir àqueles que tenham uma natureza cruel que seja diferentes de sua natureza...
segunda-feira, 22 de maio de 2023
Um pouco de cor
Há dias em que o cinza predomina.
O peito fica apertado. A gente sente um nó na garganta.
O estômago embrulha... tudo parece estar errado.
Nestes dias, qualquer pequena pincelada de cor é bem-vinda...
Um pouco de cor traz um calor familiar e permite que, rompendo todo concreto, a esperança brote.
É sempre possível ter um pouco de cor.
quarta-feira, 17 de maio de 2023
Lutas: Dia Internacional Contra a LBGTfobia (17 de maio)
Não é preciso ser, para não agredir. Basta respeitar.
Não é necessário ser homossexual, para entender a dor do preconceito.
Não é necessário ter um filho, filha, sobrinho, sobrinha, neto, neta, primo, prima do "vale"...
Não é uma questão de que a língua portuguesa não é neutra. Sério mesmo que esse discurso de ódio ainda cola?
Não é uma questão de você não aceitar, o que não lhe diz respeito aceitar. E não, não é uma doença. Doente é aquele que quer impor seu padrão de mundo ao próximo.
Respeite seu próximo: é uma moeda justa, quando convivemos em sociedade.
Somos humanos, isso já não basta?
terça-feira, 16 de maio de 2023
Fronteiras
Há limites que estão postos, ainda que insistamos em fingir que não estão lá.
E, ainda que nosso instinto transgressor busque transpô-los, teremos sempre que pensar nos prós e contras.
Há muitas batalhas numa mesma guerra, mas... será mesmo que todas valhem a pena?
A velha (e experiente) poetisa
À sua maneira, italiana e acolhedora, ela teceu palavras.
Releu pinturas, sentimentos, carinhos.
Construiu pontes, uniu artistas, acolheu para junto de si o melhor da escrita: novas e inusitadas formas de ver o mundo.
E, se ela hoje ouve pouco àqueles que se juntam para celebrar seus feitos, não importa.
Em seu íntimo ela sabe que, deveras, cumpriu seu papel de alegrar o mundo.
Se há algo que deveras merece, neste momento de sua vida, são "Asas": para voar ainda mais longe.
Construção realizada após participar do lançamento do livro "Asas" da escritora, poetisa e trovadora Elisa Alderani, no dia 13/maio/2023 no Centro Cultural Palace, em Ribeirão Preto.
domingo, 5 de junho de 2022
Devaneios do cárcere
Tem já 18 meses que tudo se iniciou.
No começo pensávamos que seria uma questão de dias.
Mas os dias se converteram em semanas.
As semanas se teceram em meses.
E os meses, sufocantemente, se prolongam...
O mundo parou (ou deveria?).
Percebemos o quão insignificante somos.
Algo que, de tão pequeno, sequer podemos ver... Fez-se
perniosamente presente.
Nos tornamos mestres (ou seríamos reféns?), por detrás
das telas.
Acordamos, comemos, trabalhamos, dormimos: espionados
por uma luz azul viciante.
Monitorados por essas “tornozeleiras” eletrônicas.
Os olhos doem. A cabeça dói. O corpo sofre os impactos
dessa prisão sem grades.
Entre quatro paredes, apenas com minha companhia
felina, as esperanças se esvaem.
Os ponteiros do relógio seguem seu trajeto despreocupadamente.
Parcialmente imunizado contra o invisível ser,
Ele se modifica e transforma para seguir seu maligno
intento.
Delta
Gama
Mu
E
varia...
Varia...
Minha sanidade também passa a variar.
E meu humor acompanha.
Entre a cama e o chuveiro, neste calor insuportável, neste
inverno seco,
Me desidrato – aos soluços – com o sumo que perco
pelos olhos.
Aos soluços, embalo em sonhos vazios.
A furadeira, nos cubículos vizinhos,
As marteladas, frequentes nas obras incessantes,
O som persistente de objetos colidindo com o solo,
E c o a m . . .
Faz-se uma trilha sonora, para as infindáveis reuniões
que
Se tornaram cada vez mais frequentes,
Insistentes...
Se, nos primeiros dias, buscava a regularidade,
Hoje apenas sigo, num automatismo inconsciente.
Contraproducente...
Prefiro não mais ver noticiários... O descaso das
autoridades deprime.
Vidas se tornaram números.
Nunca a matemática me pareceu tão fria quanto agora.
Me sinto um tolo, pois os lacrimejantes soluços são
frequentes.
Esse universo distópico, que jamais poderia ter se
tornado real,
Tornou-se assustadoramente presente.
Um pesadelo tão realista que não me permite abrir os
olhos para sair desse paradoxo.
As horas do dia passaram a ser um verdadeiro cárcere.
Mas não temos “banho de sol”.
Não temos regularidade para as refeições.
Não temos nada além de dispositivos, conexões...
E um incessante trabalho, a consumir todos os
instantes de nossa vida.
Perdemos os sentidos.
Perdemos o contato físico.
Perdemos...
Perdemos...
Perdemos...
E aos poucos, perderemos também nossa humanidade.
quinta-feira, 30 de janeiro de 2020
sonâmbula e vazia noite
Não acredito: porque tenho percebido que não é assim que se tecem os dias, tampouco as semanas e quiçá os anos.
São os pensamentos, os suspiros, os caminhares pelos cômodos; que se esforçam, mas falham do mesmo modo.
O silêncio não preenche, por mais que persista em tão ingrata tarefa. A noite se cala, mas a respiração trôpega fala, ao longe escuto o barulho de carros, o caminhar de noturnas criaturas.
Os devaneios vêm e vão: Partem do vazio para a plenitude, tropeçando nas escuridão do quarto.
E, se por intenção ou não, fecho os olhos, apenas percebo que o sono não se aproxima há certo tempo. O dia pode amanhecer em instantes, mas os olhos não cedem espaço para o mundo dos sonhos.
sexta-feira, 27 de julho de 2018
Vidas modernas
As mais doloridas dores não tenham nenhum gemido sequer.
As verdadeiras emoções estejam sufocadas na aparente vontade de ser forte.
Esquecemos, tão facilmente, que a nossa essência é Humana e passamos a acreditar, saberá por qual disparate, que somos máquinas perfeitas.
Mas, até para assumir tal posição, deveríamos nos encontrar em melhor funcionamento interno.