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domingo, 8 de junho de 2025

Contatos imediatos

Deveria ter sido apenas uma noite... No entanto, os dedos tocaram a pele, penetraram a carne e alcançaram a alma. Os lábios trouxeram tremores, que não eram de frio, mas de emoção e desejo de estar junto.

Transcendemos o fogo das fogueiras, não apenas tocamos a sensibilidade da natureza do ser: iniciamos uma revolução nos "eus", mudando os rumos da nossa essência e, ao entrelaçar das pernas, algumas bases passadas trincaram... Talvez, nesse contexto, tenha germinado um "nós".

Corpos

Corpos: quentes, dispostos, (in)consequentes.

Livres, resistentes e (in)transigentes.

Corpos. Dispostos, costurados, marcados.

Quanto eles incomodam a outros olhares.

Como eles reagem, ao (in)esperado.

Seus portadores, usuários ou detentores, precisam defender às suas posições.

Novos, velhos, gordos, magros... são apenas corpos.

Mas não são - acredite - reduzidos a sua mera condição.

Corpos, na verdade, são elementos de posicionamento.

Devem (re)agir ao tempo, ao toque, ao frenesi de todas as demandas.

Devem permitir que cada qual seja quem pretende ser.


sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Sobre a sociedade e seus "cidadãos de bem", que critica o termo em questão

Eu não preciso que você me desqualifique: você precisa.

No seu mundinho pequeno, me fazer menor te enaltece.

Sua crueldade não me vende como um monstro, mas retrata sua própria face.

De nada adiantam as máscaras, quando suas atitudes te condenam.

Você critica o fascismo, mas flerta com ele quando te convém. 

Defende os direitos humanos, contrariando o que faz com aqueles(as) que não quer que te representem no momento.

É democrático, até o autoritarismo se tornar uma arma para combater aquilo que não aceita.

E eu vou continuar sendo eu mesmo, tentando devolver uma rosa ao mundo, sorrindo amarelo para o papelão que você faz socialmente.

Me entristeço, é claro, mas isso não é sobre mim: ainda sou eu mesmo, com minhas verdades e um carinho e cuidado com o mundo.

E continuarei trabalhando - de fato e não apenas com ideias - para um mundo plural, humano e democrático.




segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Condicionais e escolhas: apenas viva…

E se eu me encontrar perdido na noite?
E se eu descobrir que sou apaixonado por mim mesmo, num narcisismo desenfreado?
E se… e se… e se…

Viver não deveria ser uma constante condicional, mas um escolher constante.

Não é porque seguimos por determinado caminho, que devamos sofrer com as opções preteridas.

E se não foi, não será e já deixou de ser uma opção.

Alguém já incluiu elementos boêmios e esdrúxulos na poesia, então puxe uma cadeira, acenda seu palheiro e tome seu gin ou cerveja.

Peça à Alexa, Siri ou Google seu sertanejo, rock, rap, funk… e curta o resultado de suas escolhas: bem-vinde a vida nua e crua, como ela é…

E se alguém achar ruim? Lide com a condicional no tempo certo, relaxe e goze do prazer de estar vivo!

Ou de quaisquer prazeres que quiser: não importará a ninguém a sua felicidade, apenas a si próprio.

Sentidos

Quais seriam os sentidos?

Quais poderiam ser os propósitos?

Talvez eu jamais responda a tais questionamentos…

Há tanto que ainda não experimentei dessa vida,

E tanto que jamais deveria ter provado.

Não vejo sentidos. Só vejo sentimentos.

E, como sempre, um vazio fundo que dói na alma.

Tão profundamente, que apenas o barulho externo permite que eu finja esquecer.

Mas amanhã é um novo dia, que será seguido por outro, outro e mais outro.

Até que, então, haverá o fatídico dia em que não terá outro… ao menos não para esse poeta.

quarta-feira, 26 de julho de 2023

Está tudo tão quieto aqui dentro

É noite. Não uma noite qualquer.

Meus olhos não estão fechados e ouço o barulho lá de fora.

Mas não é esse barulho que me incomoda... 

É o silêncio interno, frente a toda a maldade externa, que está me causando estranheza.




Talvez eu tenha amadurecido, forçadamente, nos últimos meses.

Ou, talvez, eu apenas tenha entendido que eu posso fazer algo para me tornar mais gentil, menos malediscente, mais paciente.

Mas não posso pedir àqueles que tenham uma natureza cruel que seja diferentes de sua natureza...

segunda-feira, 22 de maio de 2023

Um pouco de cor

Há dias em que o cinza predomina.

O peito fica apertado. A gente sente um nó na garganta.

O estômago embrulha... tudo parece estar errado.


Nestes dias, qualquer pequena pincelada de cor é bem-vinda...

Um pouco de cor traz um calor familiar e permite que, rompendo todo concreto, a esperança brote.


É sempre possível ter um pouco de cor.

quarta-feira, 17 de maio de 2023

Lutas: Dia Internacional Contra a LBGTfobia (17 de maio)

Não é preciso ser, para não agredir. Basta respeitar.

Não é necessário ser homossexual, para entender a dor do preconceito.

Não é necessário ter um filho, filha, sobrinho, sobrinha, neto, neta, primo, prima do "vale"...

Não é uma questão de que a língua portuguesa não é neutra. Sério mesmo que esse discurso de ódio ainda cola?

Não é uma questão de você não aceitar, o que não lhe diz respeito aceitar. E não, não é uma doença. Doente é aquele que quer impor seu padrão de mundo ao próximo.

Respeite seu próximo: é uma moeda justa, quando convivemos em sociedade.

Somos humanos, isso já não basta?

terça-feira, 16 de maio de 2023

Fronteiras

Há limites que estão postos, ainda que insistamos em fingir que não estão lá.

E, ainda que nosso instinto transgressor busque transpô-los, teremos sempre que pensar nos prós e contras.

Há muitas batalhas numa mesma guerra, mas... será mesmo que todas valhem a pena?

A velha (e experiente) poetisa

À sua maneira, italiana e acolhedora, ela teceu palavras.

Releu pinturas, sentimentos, carinhos.

Construiu pontes, uniu artistas, acolheu para junto de si o melhor da escrita: novas e inusitadas formas de ver o mundo.

E, se ela hoje ouve pouco àqueles que se juntam para celebrar seus feitos, não importa.

Em seu íntimo ela sabe que, deveras, cumpriu seu papel de alegrar o mundo.

Se há algo que deveras merece, neste momento de sua vida, são "Asas": para voar ainda mais longe.



Construção realizada após participar do lançamento do livro "Asas" da escritora, poetisa e trovadora Elisa Alderani, no dia 13/maio/2023 no Centro Cultural Palace, em Ribeirão Preto.