Encontre

domingo, 27 de novembro de 2011

Que seja, como deveras o deve ser o amor

Quero sentir o doce toque de seus lábios a acariciar minha face.
E me arde o peito em desejo de estar junto a ti.


Tenho na boca o gosto frio da noite, esperando seu beijo para esquentar o sangue e acelerar meus cardíacos batimentos.


O volume das cobertas, sob a luz do luar, em minha sombria e tímida cama, apenas representa o vazio que deixa.


Necessito da sua presença, tanto quanto o ar que respiro.


O vazio da madrugada uma vez mais devorará meus sonhos, sem os quais será difícil encarar um novo amanhecer.


Posso até sonhar contigo, mas se não estiveres materialmente a meu lado, de nada adiantará.


Se tua presença não se fizer presente, não apenas não terei um passado: como também não poderei planejar um futuro.


E se eu sigo caminhos rotos, inseguros e obtusos: creia em minhas palavras, falta-me o aconchego de seu abraço.


Tenho carência de suas mãos, desmedidas e estabanadas, a acariciar minha fronte.


Tenho a carência de sua voz, errando as letras e em desafino.


A carência do desalinho de minha vestimenta, acertada aos detalhes com seu carinhoso olhar.


Como poderei deixar de nutrir, no fundo de meu âmago, um amor sem limites?


Não posso sonhar além do horizonte que me proíbes.


Apenas posso esperar que nossos caminhos por fim se cruzem, cartesianos como sempre deveria ter sido.


E que se repita, uma vez mais. Outra vez também. Quantas vezes for possível.


Até que acabe o nosso fôlego, ou que a morte nos tome para junto de seu negro manto.


E se, como quisera acreditar, houver o além... também lá faremos companhia, já envelhecidos, um ao outro.


E se não for para ser de tal forma, que apenas seja o necessário para sermos verdadeiramente felizes.


E que quando as luzes se apagarem, a felicidade perdure até que alguém novamente lhe cause a faísca de lembrança!

Nenhum comentário: