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domingo, 16 de janeiro de 2011

Sonhando acordado

Eis que surge do nada um novo sonho, tecido na renda da vida.
Emaranhado nos pensamentos opacos, reluzente tal como ouro de tolo.
Nas meias verdades tende ao seu final desajuizado, contudo nos sinceros momentos pode se transformar em histórias felizes.
Não pode ser apenas um conto, cuja vida dirige em momentos felizes, deve ser tal qual o real - calcado em desafios.
O sonho é apenas um projeto, com prática prevista para os próximos instantes e de duração indeterminadamente mágica.
Qual o seu sonho?

Sentidor

Qual o problema com o poeta?
Enfeita em prosa a poesia, tal qual o perfume das palavras.
Concebe em pensamento os viveres e prazeres sonhados, contudo vive à merce do mundo.
Se estreita para atravessar às portinholas da vida.
E de repente se vê engaiolado na existência.
Acho que o problema do poema é sentir demais o que ninguém mais sente.

Confusão de Pensamentos

Em meio a ciranda da vida, outros lábios toquei.
Outras faces vislumbrei e, outros sabores provei.
Mas nada pode mudar o que existe dentro de mim,
transformar o inseguro modo de me ver.
E nos gritos noturnos ouvidos ao longe, relembro meus medos.
Me reencontro com meus receios mais sutis e profundos.
O negrume do luar tingiu meus pensamentos, encobriu minhas certezas.
A ligação confirma que nada foi feito, mas que ouviram minha queixa.
Ingrato mundo que gira e nos ignora, tal qual a ausência sobrando na existência.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Permita-me mais um delírio esta noite...

Não sei escrever amarrado, contudo preciso...
Já sei que minha mente não é linear, mas ainda não constatei se é em rotas elípticas ou se pelo menos tem uma rota.
Sei que devo dormir agora, então me retiro.
Ainda que eu pudesse dizer mais do mesmo, recheado de repetições inodoras, seria imbecil de minha parte.
Não quero preencher sua leitura com meus desgostos.
Tampouco posso.
Mas a escolha pela leitura é um tanto quanto libertiva.
Tenho tantos devaneios quantos possa preservar.
Só não me prenda em vidros, nem me estude.
Espere que passe o tempo...
Quando houver terra sobre meus pensamentos, então conduza!
Sei que tudo um dia acaba, só que isso também é mito.
Além desta materialidade eu observarei calado os feitos e destroços.
Nem toda destruição tem volta, entretanto não custa inaugurar uma nova pedra fundamental.

Miragem Utópica

Perdoe-me esta passada nada urgente...
Esqueci que não estou mais aqui, sim logo além.
Por um instante ouvi o gemido noturno de um móvel rangendo.
Estranho voltar a pensar em quem deveras não se encontra.
O cômodo está vazio.
Nada vi, apenas imaginei.

Insistência por nada

Qual poderia ser a atitude de um eterno e incompreendido amante?
Não amar quem deveras lhe demonstre apreço, certamente.
Porém sonhar com todas as pessoas que lhe não possam construir o futuro.
A verdade é que dos amores que tive, incertos, dolorosos, confusos...
Sempre resta uma última gotinha latente.
A água que já bebestes tem sabor saudoso...
Contudo tempos passados não retornam, a não ser em pensamentos renitentes.
A penitência futura se conduz à luz da ebriedez.
Sinceramente, não quero ninguém em minha vida.
Todavia posso querer em outro instante.
Inconstante?
Insistente em meus devaneios sentimentais, isso sim!

Inexplicável

Se mesmo eu pudesse entender o que vai em meu peito, talvez tudo fosse mais fácil.
Não sei bem a razão do mundo, mas sua irracionalidade habita nas circunstâncias que me movem.
Estou uma vez mais em dúvidas que desconheço, pensando naquilo que não traduzo...
Basta de pensamentos inconstantes, tomarei o repouso noturno justo.
Se depois deste caminho ainda houver o fiel apreço do sentimento, pensarei a respeito.

Cinderela do século XXI

Anônimo em uma chuvosa tarde de janeiro, caminha um jovem qualquer.
Sem passado ou história que nos interesse, simplesmente ele pára em frente ao prédio.
Aciona a campainha e olha para cima.
E o tempo passa, disperso nas aguadas lágrimas escoantes do céu.
Sim, a cinderela aparece na janela com suas madeixas douradas.
Ao invés de tranças, atirá-lhe um molho de chaves.
Eis o romance contemporâneo.
E no interior do aposento, praticam uma tarde de amores.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Fina Chuva

Está uma chuvosa madrugada lá fora...
A chuva cai em gélidas e finas gotículas, encobrindo todo o horizonte.
Em seu tom ritmado, nina os sonhos de muitos e enche de sono os acordados.
Também pudera, para além da beleza há um sopro gostoso.
Dormirei somente agora, contudo em meu edredon estarei aquecido!
Dorme Ribeirão Preto, o dia chegará em poucas horas!
E apenas a chuva continuará resistente!

Recolhimento

Recolher-me-ei para o glamuroso mundo dos sonhos,
d'onde apenas sairei com muitos raios do sol sob meu rosto.
Lá poderei adentrar o inconsciente que me permito ignorar por todo o dia.
Talvez eu sonhe com o irreal, talvez com o factível.
Não importa, apenas ele poderá renovar as energias que me competem.
E tal qual o cansaço me permita, dormirei sem preocupar com o depois.