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segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Com licença... Será que já nos conhecemos?

Pensei que fôssemos amigos.
Talvez tenhamos sido. Talvez algo tenha mudado.
Talvez. Tal como a vez que foi diferente.
Hoje somos meros e casuais estranhos, com assuntos tamanhos, enterrados no fundo dos nossos seres.

A gente sabe, no fundo, onde houve o desencontro.
E também sabe que, tal como a vez esperada, ainda há muito por vir.
Sigamos apenas adiante... não sejamos contraproducentes. 

Asfixias da madrugada

Tic tac... tic tac.
O tempo urge, a agenda determina.
Trabalho, trabalho, trabalho... a respiração falha.
O cansaço e a exaustão pedem uma pequena brecha.
Talvez, no final das contas, alguns buracos na agenda sejam fundamentais.

São quase metade das horas da madrugada, o produtivismo não permite dormir.
Não permite trabalhar. Não permite nada.

Quero ouvir Cazuza, quero ouvir Renato.
Quero ouvir os sons para dormir da assistente virtual

Meu gatíneo está deitado no meu ombro, ronronando desenfreadamente.
Carente... mas não estou eu carente de outras oportunidades?

Proibições e venenos

Talvez o que falte seja um pouco de libido.
Um cigarro, uma palheiro aceso para mostrar que não é proibido.
Um copo de cerveja, mas se não pode um suco de laranja ou uva.
Muito açúcar, muitos detalhes. A glicemia precisa ser acompanhada.
Cada ingestão é uma escolha, especialmente para quem tenta reverter um quadro que assustou recentemente.
De venenos em venenos, morremos.
Mas não morreríamos de qualquer forma?

Triângulos noturnos

Amores banais... carnais, consensuais.

Beijos úmidos, suados e melados.

Corpos que se entrelaçam, em muitos plurais.

Três bocas, três línguas, se costuram... se deliciam.

Prazeres pontuais, sexualidades transversais.

Olhares que passam, desejos que nos atravessam.

Somos três, mostrando que a completude coletiva poderia ser ainda mais deliciosa.

Lanternas - ou seriam holofotes - buscam desvelar a cortina dos desejos.

Sirenes, apitos... mas é lá fora. As portas batem, os motores arrancam.

No íntimo de nós mesmos, é apenas uma última noite, de um setembro seco e frio.

Poderia ser um devaneio? Talvez seja apenas um suspiro de uma existência.