Encontre

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Inseguro porto me que aguarda...

E perdido no meio dos meus pensamentos, o grito.
Enfurnado no lamacento mar de reprovas da vida, ondulante e insensível.
O sonhos, tal qual talismã vítreo, encontram seu fim ao tocar o chão de uma queda dolorida.
Os pequenos estilhaços de segurança, que ainda restavam, mudos e tementes, pronunciam-se para além do imaginário.
Mas tudo isso se processa nas cordas vocais imóveis.
O pensamento exige que se promovam, mas os sons não saem.
Da boca, descolorida pelo tormento humano, apenas sai um gemido.
Não griteis comigo, pois não posso responder.
Vítima ou não, já não posso revidar.
Nem posso pensar.
O ar está espesso e úmido, do medo que criei.
Bordado em duplos fios de solidão, tecido nos entremeios das omissões.
Tal qual o olhar imóvel que me resta, assim fico: ausente.

Nenhum comentário: