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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

dor de amor

A maior dor do amor não é a da não correspondência.
Tampouco a do amor platônico.
Mas a do acor acabado.
Aquela que, pulsante em nossas veias, se levanta remotamente, certas noites, para tomar água.
E quando volta, nos encara com o olhar de reprovação: "como tu pudeste perder alguém tão especial?".
Nos deixando, pelo resto da noite, com a angústia a lavar a face...

mutação

Sinto a ausência.
Percebo o vazio.
A sede de minha alma: ressecada de desejo.
A poesia tem desfalecido.
Tenho perdido seus últimos suspiros.
Tenho compreendido, incerto, obscuro, sua despedida.
Suas raízes em meu sentimento, se esvaem.
E com ela, todo o amor que já pude conceder, escorre por entre meus dedos.
O que deveras sempre tive medo, por ora acontece...
Tenho me tornado mais um sujeito vazio, triste e desesperançoso.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

corte

Onde está a tomada?
Quero cortar a conexão.
Tirar o último suspiro de energia.
Iniciar, em silêncio, minha própria revolução.

cigarro

Cilíndrico.
Cônico.
Randômico.
O caminho da fumaça, incerto, leva co'ele meus pensamentos.
Do cigarro que acendi, sequer fumei.
Mas n'ele me perdi, para além de tudo o que pensei...

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Só de pirraça quero tudo diferente

Não quero mais viver de expectativas.
Quero tomar chá ao final da tarde.
Respirar o ar úmido do jardim, mergulhado no som do bater de asas das borboletas.
Pretendo planejar o hoje.
Pensar no momento.
Estabelecer pequenas metas.
Evitar altos tombos.
E se assim me posiciono, nesta encalorada noite, é pra fugir da mesmice sofrida das incertezas do futuro...

sexta-feira, 27 de julho de 2012

vazio

tenho um espaço vazio.
sinto a tristeza da solidão.
mas não ouse, sequer se atreva, a tentar preenchê-lo.
é muito meu pra alguém tentar se aproveitar.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

estou alheio.
estou incerto.
estou inconstante.
estou próximo.
distante.
sentido.
choroso.
vedado.
obtuso.
e só...
absolutamente anônimo na escuridão de meus pensamentos.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

escolhas forçadas

Não escolhi sentir.
Mas, a seu próprio modo, tem coisas que não se escolhe.
Tem histórias que não se apagam.
Tem sentimentos que não adormecem.
E sempre tentamos passar a vida por cima, quando deveríamos aprender a superar.

ruídos

Há tantos ruídos lá fora.
Carros.
Buzinas.
Gritos.
O vento.
A vida.
E aqui dentro: o mais puro silêncio. Dá medo.

procura-se

procuro:
um olhar afetuoso, um leve toque em minha face.
um jeito único de me prender em seu abraço.
uma cumplicidade sem limites.
um sorriso, mesmo quando eu esteja arremessando os pratos.
alguém por quem valha a pena se apaixonar.