O relógio já não funciona há algum tempo.
O tempo passou e não me apercebi.
Antes, a criança que neste corpo morava sabia -
e dos saberes que guardava nada deixou a não ser o ímpeto de descobrir.
Descobrir o que não dever-se-ia ser descoberto:
a tesoura que corta corações,
a cola que remenda os sentimentos...
Arrogância descabida, desmedida, não contida...
Cresceu e partiu este ser incrível...
chegaram as contas pelo correio.
Não ficaram os amigos de antes tão fortes como foram...
O mundo parou.
O sol emudeceu.
As ruas se escureceram.
E na neblina desta jornada apenas ficaram os loucos gritos de simplismo.
Acabou uma fase.
Iniciou outra.
Mas dos gritos agudos e impossíveis
que aos ouvidos penetravam duramente nada pude fazer:
se tornaram grossas palavras, nada sábeis ou sensatas -
mas socialmente aceitas.
Plínio 31/12/2007
dePASC Studio
22:04 h
A despedida de um ano - lembranças de velhas fases...