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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

sentimento manifesto

Permita-me?

Apenas gostaria de manifestar o sentimento.

Não, não preciso de palavras, apenas deixe que esta lágrima percorra seu trajeto em paz.

E, quem sabe, ao final da noite a escuridão se dissipe em meus pensamentos.

terminalidades

Na verdade não é que não te queira.
Apenas percebi que, no fundo, querer é mais complicado do que pensei.
O verbo é escorregadio.
A conjugação é grudenta.
O celular vibra muitas vezes.
A presença de outra pessoa se faz constante.
O calor desta terra promoveu outras transpirações.
Desculpe: sei que não há nexo.
Sei que não há o certo.
Apenas não quero, a contragosto, te magoar mais.
E, das palavras que puder proferir em sua insistência, esta será a única solução.

vida banalizada

E quantas noites ainda terei que aguardar o nascer do sol?
Quantos sonhos perdidos.
Quantos sentimentos consumidos...
Quantos...
Me indique.
Quantifique.
Faça gráficos.
Discuta, à luz dos referenciais teóricos.
Por favor, me entregue até segunda, para que eu possa analisar o conteúdo e a originalidade.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

primeira impressão

Estava perdido em meus pensamentos... e foi então que te vi.
Seu olhar tinha um brilho encantador.
Seus lábios o sorriso do mais sedutor.
E me entreguei.
E te olhei.
Acompanhei suas idas com os olhos.
E me atrevi.
Pedi permissão para sentar.
Nos apresentamos. Conversamos. 

Hesitei...

Toquei seu braço.

Acariciei suas tenras mãos.

Acariciei sua perna. E então, no ápice da timidez, mergulhei aos goles dos seus lábios.

Foi tão assim, incerto, confuso, real... que me apaixonei...

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

efeito cascata

Perdi meus óculos.
Minhas perspectivas.
Meus sonhos.
Minhas vontades.
Minhas qualidades.
Minha personalidade.
Meu querer.
Me perdi.
Não vejo setas direcionais. Não há saídas.
Não poderia estar mais desencontrado: sequer sei quem sou.

mesa de jantar

Garçom: isto é um ultraje!
Não pedi rosas vermelhas!
Minha pretensão não era jantar em ambiente agradável.
Traga-me flores secas.
Coloque-as sobre a toalha, em descompasso.
Permita-se jantar sobre meus pensamentos desconexos...

temores madrugais

O meu temor não é o silêncio.
Não está na falta de atitudes.
Ele cresce com a incerteza, com o desuso, com as feições sérias.
E, nutrido pelas ações reprováveis, se embriaga de beijos incertos.
Se provê de amores ridículos, deitando em estranhas camas.
Descobre-se sem pudores, sem calores, sem tesão.
Experimenta tudo o que não deve.
Completa o ciclo a me encarar, pelas 3 horas da manhã: sim, há um novo e desafiante dia, para que eu me importe com meros detalhes.
Mas me corrói saber que posso não passar de mais um.

dor de amor

A maior dor do amor não é a da não correspondência.
Tampouco a do amor platônico.
Mas a do acor acabado.
Aquela que, pulsante em nossas veias, se levanta remotamente, certas noites, para tomar água.
E quando volta, nos encara com o olhar de reprovação: "como tu pudeste perder alguém tão especial?".
Nos deixando, pelo resto da noite, com a angústia a lavar a face...

dor de amor

A maior dor do amor não é a da não correspondência.
Tampouco a do amor platônico.
Mas a do acor acabado.
Aquela que, pulsante em nossas veias, se levanta remotamente, certas noites, para tomar água.
E quando volta, nos encara com o olhar de reprovação: "como tu pudeste perder alguém tão especial?".
Nos deixando, pelo resto da noite, com a angústia a lavar a face...

mutação

Sinto a ausência.
Percebo o vazio.
A sede de minha alma: ressecada de desejo.
A poesia tem desfalecido.
Tenho perdido seus últimos suspiros.
Tenho compreendido, incerto, obscuro, sua despedida.
Suas raízes em meu sentimento, se esvaem.
E com ela, todo o amor que já pude conceder, escorre por entre meus dedos.
O que deveras sempre tive medo, por ora acontece...
Tenho me tornado mais um sujeito vazio, triste e desesperançoso.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

corte

Onde está a tomada?
Quero cortar a conexão.
Tirar o último suspiro de energia.
Iniciar, em silêncio, minha própria revolução.

cigarro

Cilíndrico.
Cônico.
Randômico.
O caminho da fumaça, incerto, leva co'ele meus pensamentos.
Do cigarro que acendi, sequer fumei.
Mas n'ele me perdi, para além de tudo o que pensei...

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Só de pirraça quero tudo diferente

Não quero mais viver de expectativas.
Quero tomar chá ao final da tarde.
Respirar o ar úmido do jardim, mergulhado no som do bater de asas das borboletas.
Pretendo planejar o hoje.
Pensar no momento.
Estabelecer pequenas metas.
Evitar altos tombos.
E se assim me posiciono, nesta encalorada noite, é pra fugir da mesmice sofrida das incertezas do futuro...